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O crescimento de casos confirmados do novo coronavírus no Brasil segue um ritmo similar ao quadro de países europeus, como Alemanha, França e Reino Unido, segundo análise feita pela BBC News Brasil junto a especialistas italianos.

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Europa tornou-se novo epicentro do coronavírus

Com base em dados da Organização Mundial da Saúde, o veículo elaborou gráficos a partir do número de casos reportados pelos sistemas de saúde de cada país após estas nações ultrapassararem a barreira de 50 testes positivos.

Apesar dos dias bases utilizados na análise serem distintos, é possível comparar a projeção de casos confirmados, apesar de cada país vivenciar um estágio diferente da epidemia. Na itália, por exemplo, o ‘dia 1’ corresponde ao dia 23 de fevereiro, enquanto que no Brasil configura o dia 12 de março.

Vale pontuar que foram utilizados os boletins oficiais diários da OMS com informações do dia 18 de março, até as 20h (horário de Brasília) - quando o Brasil ainda não registrava nenhuma morte por coronavírus.

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Curva de contágio mostra previsão de comportamento do vírus



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Avanço do contágio no Brasil é semelhante ao comportamento no Europa


À BBC, o italiano sócio-fundador da empresa de pesquisas Quorum, Lorenzo Pregliasco, disse que o Brasil está alinhado a maior parte dos países observados, mas deve seguir uma trajetória particularmente semelhante a da França.

Em 10 dias, o país europeu registrou um salto de 50 casos confirmados para mais de mil. Segundo os gráficos, a França apresentava em seu 19º dia pacientes confirmados com o coronavírus. Nesta mesma data, o Brasil estava no sétimo dia e apresentava 234 diagnósticos positivos.

Se atualizarmos estes dados para o último boletim diário publicado pela OMS nesta sexta-feira, o número de infectados subiram para 10.877 na França e 428 no Brasil - vale ressaltar, no entanto, que na mesma data, o Ministério da Saúde já confirmava 904 pacientes com coronavírus no país.

Pregliasco destaca, contudo, que a comparação entre do avanço epidemiológico em países diferentes não é exata, uma vez que cada nação toma medidas distintas para conter a doença. Ele cita, por exemplo, o caso da Itália, onde 41 mil pessoas foram infectadas e outras 3.429 morreram em razão da doença, de acordo com o último relatório da OMS.

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“Na Itália, a disseminação precoce e muito rápida dos contágios provavelmente ocorreu por causa da contaminação inicial em hospitais. Então, dependendo de quantos e quais são os focos, a tendência de cada país pode ser muito diferente”, explicou o especialista italiano.

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