Com a epidemia causada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2) controlada na China continental, as autoridades do país asiático já concentram esforços para que ele não seja importado de outro lugar. Por outro lado, portadores assintomáticos da Covid-19 continuam sendo registrados no país, e especialistas divergem se eles representam uma nova ameaça.
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Em entrevista para a China Global Television Network, o especialista em doenças respiratórias Zhong Nanshan afirmou que portadores assintomáticos do vírus têm grande potencial para contaminar outras pessoas, uma vez que a concentração do Sars-Cov-2 no sistema respiratório externo é maior. Entretanto, Nanshan acredita que não há muitos casos.
“Neste momento, a taxa de letalidade do novo coronavírus está entre 0,9 e 1%. Suponho que não temos muitos pacientes assintomáticos”, diz Nanshan. “Se este fosse o caso, eles estariam transmitindo o vírus e teríamos mais casos confirmados. Mas neste momento, o número de contaminados está diminuindo; algumas províncias já estão próximas de zero. Não acho que seja um grande problema”
Nem todos os especialistas concordam com o Dr. Nanshan. Durante o simpósio de Xangai que aconteceu na última sexta-feira (27), o especialista Zhang Wenhong afirmou que portadores assintomáticos representam a maior ameaça no combate do vírus. De acordo com ele, Xangai registrou mais de 100 casos importados de Covid-19.
“Pacientes assintomáticos normalmente têm boa imunidade e não mostram sintomas por até duas semanas após terem sido infectados”, explicou. “Se eles voltarem para casa e não forem isolados, ou saírem da quarentena de forma precoce, há um grande risco para a comunidade”.
Wang Xinhua, presidente da Universidade de Medicina de Guangzhou, afirma que ainda é cedo para afirmar que portadores assintomáticos representem ameaça ao combate. “Existem casos confirmados de pacientes sem sintomas , mas não sabemos o número específico e as características deste tipo de paciente”, afirma. “Imagino que a carga viral de portadores assintomáticos seja baixa. Se não fosse, eles teriam sintomas”.
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“Todas as pessoas que tiveram contato com um paciente infectado, ou estiveram na mesma área, deveriam ser testados e isolados. Mas rastrar portadores assintomáticos que importaram o vírus de volta é uma tarefa mais importante”, finaliza o presidente da Universidade de Medicina de Guangzhou.