O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou nesta terça-feira que um estudo será publicado em breve numa revista científica mostrando que o remédio cloroquina conseguiu reduzir o tempo médio de permanência de um paciente grave com o novo coronavírus na terapia intensiva. Além da cloroquina, a OMS ainda estuda a aplicação de outros medicamentos no tratamento do Covid-19.
O ministro não apresentou outros dados, como por exemplo se houve também diminuição da letalidade. Mas a diminuição do tempo de internação pode ajudar o sistema de saúde, por liberar mais leitos para outros pacientes. A cloroquina é um medicamento aprovado para o tratamento de outras enfermidades, como a malária, o lúpus e a artrite.
“Hoje a Secretaria de Ciência e Tecnologia [do Ministério da Saúde], o [secretário] Denizar Viana comunicou que o primeiro trabalho sobre cloroquina compilado dever ser publicado em revista científicas nas proximas 40 horas”, afirmou.
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“Basicamente mostra que houve uma redução no tempo médio de permanência no CTI [centro de terapia intensiva], naqueles pacientes que usaram, independentemente da associação com qual antibiótico . É um primeiro passo, um primeiro paper que vem, e ajuda na conta que a gente tem que fazer de quantos leitos de CTI a gente precisa” disse Mandetta.
O ministro destacou que não há ainda estudo mostrando que a cloroquina tem efeito profilático, ou seja, de prevenção, para evitar pegar a doença, nem que é efetiva para casos leves. O remédio tem efeitos colaterais e, por isso, deve ser ministrado apenas em casos graves e sob orientação médica.
Antirretrovirais também são alvo de estudos
Além da cloroquina e hidroxicloroquina, outros medicamentos também estão no radar da Organização Mundial de Saúde para uso contra o coronavírus. Entre os mais promissores estão ritonavir e lopinavir, que formam um dos coquetéis utilizados para controlar o vírus da Aids.
Uma das motivações para os testes seria o fato de que os medicamentos antirretrovirais funcional como inibidores enzimáticos , o que poderia dificultar a multiplicação do coronavírus no organismo, já que ele depende de algumas enzimas para se reproduzir.
Além disso, essa seria uma alternativa promissora considerando a alta disponibilidade do medicamento no mundo. Apesar da evidência, ainda não existem estudos positivos que apontem para a eficiência dos medicamentos contra o coronavírus .