O Ministério da Saúde reforçou, na tarde desta quarta-feira, a recomendação pela preferência do uso de máscaras de pano como barreira contra o Covid-19 em vez dos produtos para uso profissional cirúrgico. De acordo com o ministro Luiz Henrique Mandetta, “as máscaras de pano funcionam bem para uso comunitário. Máscaras de EPI devem estar nas unidades de saúde”.
Apesar de o ítem não oferecer uma proteção tão alta quanto os instrumento de proteção individual médica, o ministro justifica a recomendação com o risco de desabastecimento nos hospitais . “O nosso problema é que esse vírus foi extremamente duro, marcou, parou a produção dos equipamentos de produção individual que os hospitais utilizam no mundo todo”, explica Mandetta.
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Para higiene correta das máscaras, o ministro recomenda “uso de água sanitária por cerca de 20 minutos” além da troca frequente da barreira. “Não é difícil fazer a máscara. Você pode ter 4 ou 5 de uso individual, trocando sempre lavando com frequência. Ninguém mais deve usar, só você”, recomenda Mandetta.
O ministro também reforça que a sugestão vale apenas para pessoas que não estão infectadas e não desempenham qualquer função em unidades de saúde ou diretamente em contato com pessoas infectadas . “Não existe um protocolo para máscaras de pano. É uma recomendação”, reforça. “É uma maneira de ajudar que o consumo seja menor, para que possamos ultrapassar essa barreira de abastecimento. Ajudem o nosso sistema de saúde”, pontua.
Estoques de EPIs são maior desafio
Em coletiva de imprensa, o ministro ainda comentou que o abastecimento de Equipamentos de Proteção Individual ( EPI’s ) pode ser o aspecto mais difícil da crise, motivado pelo fato de que a China - primeiro país atingido pelo vírus - é a principal fornecedora dos instrumentos.
“Esse vírus questiona a maneira como a sociedade se organizou até agora para ter esse estilo de consumo em saúde”, afirmou Mandetta. “Eu espero que nunca mais o mundo cometa o desatino de fazer 95% da produção dos insumos que decidem a vida das pessoas em um único país”, disse.
“Hoje nós estamos muito preocupados com a regularização de estoque de equipamentos ”, afirmou o ministro “Estamos vivendo a letalidade de um vírus que pode não ser tão letal, mas para os Sistemas de Saúde do mundo, esse vírus está extremamente grave”, diz.
Sobre possíveis dificuldades no futuro, Mandetta ainda especulou um problema na aquisição de insumos para medicamentos, que pode ser enfrentado em breve pelo mesmo motivo. “A Índia produz 94% dos insumos dos remédios. Se hoje a gente tá super preocupado com máscaras, depois a gente pode estar correndo atrás dos medicamentos para as doenças crônicas ”, prevê.