O novo coronavírus (Sars-CoV-2) se alastra com velocidade em todo o mundo, contaminando mais de 2,4 milhões de pessoas em apenas quatro meses. A resposta da ciência está sendo igualmente rápida, enquanto laboratórios de vários continentes desenvolvem possíveis vacinas. Enquanto as melhores perspectivas apontam que uma vacina em massa poderia poderia aparecer entre 12 e 18 meses, alguns pesquisadores defendem que um modelo “experimental” poderia surgir em semanas.
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“Se considerarmos uma vacina capaz de imunizar a população, podemos dizer que a previsão entre 12 e 18 meses está provavelmente certa”, afirma Marian Wentworth, da organização Sciences for Health, ao jornal britânico The Guardian.
Pesquisadores, entretanto, já defendem que uma vacina experimental que seja segura para seres humanos poderá surgir bem antes. Trata-se de uma vacina “incompleta” para imunizar pessoas no grupo de risco, como médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde. Há inclusive um protocolo da Organização Mundial da Saúde para “regras de emergência”.
Em condições naturais, uma vacina que mostrou resultado em laboratórios deve ser testada em animais antes de passar para seres humanos. Com a aprovação dos testes clínicos, iniciam-se os testes oficiais, que são divididos em três etapas. A Universidade de Oxford, liderada pela pesquisadora Sarah Gilbert, já comemora bons resultados na última delas. “Ela mostrou 80% de eficácia”, afirmou a pesquisadora.
O Instituto Pasteur, de Paris (França), trabalha em vacinas que ainda passam por testes clínicos. De acordo com representantes do Instituto, não há “atalhos para a vacina quando lidamos com segurança e eficácia”.
Desafios da Covid-19
Ainda há muito para ser desbravado pela ciência sobre o novo coronavírus , incluindo o tempo que uma vacina poderia garantir imunidade. Um forte indicador disso poderá ser a quantidade de pessoas que se curaram da doença e sofreram uma recontaminação. Na China e Coreia do Sul, pacientes que se curaram voltaram a testar positivo para a doença, mas pesquisadores afirmam que pode não se tratar de uma recontaminação.
Uma vez licenciada, a vacina ainda teria que enfrentar algumas barreiras políticas. Afinal, se há insumo limitado para produzi-la, quem deve ter prioridade? Em uma iniciativa ousada, a Universidade de Oxford pretende “serializar” a vacina assim que ela for descoberta. Dessa forma, quando o modelo for aprovado pelas autoridades, o instituto terá milhões no estoque.