Em meio à retomada das atividades econômicas e do trabalho na capital paulista, muitos paulistanos estão adequando seus hábitos para respeitar as medidas de segurança contra a Covid-19 no cotidiano. Isso também vale para os cuidados que devem tomados no transporte público, principalmente nos ônibus. Entre as principais recomendações estão:
- manter as janelas abertas,
- usar máscara,
- passar álcool em gel nas mãos ao sair do veículo,
- evitar tocar o rosto durante a viagem,
- não sentar nos degraus e
- não colocar mochilas e bolsas ao chão.
Segundo a enfermeira Juliana Almeida Nunes, especialista da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Hospital Sírio-Libanês, o principal alerta é para que os próprios usuários do transporte, na impossibilidade de manter o distanciamento, tenham consciência de que é a população que deve adquirir costumes que respeitem as recomendações sanitárias de autoridades e especialistas.
As orientações começam logo na entrada do ônibus, quando Nunes recomenda que os passageiros aguardem que a pessoa à frente passe a catraca para evitar a concentração de muita gente na parte da frente, o que comum caso alguém precise pagar o motorista ou cobrador com dinheiro.
Com a decisão da Prefeitura de São Paulo da última sexta-feira (19) que permite que os ônibus passem a transportar passageiros em pé , durante o trajeto é inevitável que seja necessário se segurar nas barras de apoio. Por isso, a enfermeira diz que é fundamental fazer uso de álcool em gel logo após a saída do veículo. “É importante também evitar tocar o rosto ou a máscara. Caso isso seja necessário, é preciso higienizar as mãos antes com o álcool”, diz.
A regra também vale para qualquer outro objeto pessoal que seja tocado durante a viagem. Caso contrário, todos esses itens devem ser limpos após o passageiro descer do ônibus. A recomendação vale para, celulares, aparelhos de som e outros eletrônicos, carteira e produtos de maquiagem, por exemplo.
Uma dúvida recorrente para a qual Nunes chama atenção é em relação ao uso de luvas hospitalares. De acordo com a especialista, não há necessidade para que elas sejam utilizadas, sendo que o correto, na verdade é evitá-las. “Imagine que a luva deixasse uma marca de tinta em cada lugar que ela encosta. Se o primeiro estiver contaminado, ela vai sair deixando marcas em todos os demais lugares em que ela entrar em contato”, explica.
Nesse caso, a enfermeira afirma que a melhor opção é o uso do álcool em gel, já que a substância mata o vírus que estará nas mãos. É diferente do ocorre com as luvas, que serão descartadas no lixo e podem se tornar vetores do novo coronavírus (Sars-CoV-2).
Outro comportamento bastante comum nos ônibus é o costume que os passageiros têm de colocar bolsas e mochilas ao chão, no meio das pernas. Para evitar o contato com o assoalho, no entanto, Nunes recomenda que elas sejam transportadas à frente do corpo. Assim é evitada a contaminação e os usuários conseguem olhar quando estão incomodando os demais passageiros.
A enfermeira ainda dá a dica para que as pessoas não sentem em degraus, situação frequente principalmente nos ônibus articulados e que mantenham as janelas abertas. “É uma coisa automática que a gente costuma fazer, ainda mais agora que estamos entrando em uma estação fria. A gente entra no ônibus e a primeira coisa que faz é fechar as janelas”, completa Nunes.
Por fim, caso o veículo fique próximo à sua lotação máxima, a especialista diz que, se possível, os passageiros devem ficar de costas ou de lado um para o outro, nunca de frente. A orientação também vale para um usuário em pé que está à frente de outro sentado por exemplo, já que o passageiro no assento fica exposto às gotículas da respiração de quem está em pé e descem.
Redução de frota na capital
Essa possibilidade se torna possível sobretudo após a capital paulista reduzir a frota de ônibus em mais de 8% nesta quarta (24). Segundo a SPTrans, a diminuição será feita nas linhas com oferta superior à demanda existente.
Antes da pandemia, a autarquia informou que os ônibus municipais transportavam 3,3 milhões de passageiros diariamente. Esse número, porém, caiu para 1,3 milhão de pessoas e tem se mantido estável nas últimas semanas.
A Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo afirmou que vai priorizar o atendimento em bairros mais afastados do centro, onde a concentração de casos da Covid-19 é maior. A SPTrans vai continuar o monitorando a demanda de passageiros e a oferta para quando houver necessidade a fim de evitar que os ônibus fiquem superlotados.