O governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta quarta-feira (15) que os respiradores desenvolidos por pesquisadores da Universidade de São Paulo começarão a ser utilizados, a partir de amanhã (16), para o enfrentamento à pandemia da Covid-19 nas Unidades de Terapia Intensiva do Instituto do Coração dos Hospital das Clínicas - InCor , na capital.
No primeiro momento, 10 equipamentos, que receberam o nome de Inspire
, serão utilizados. A produção esperada, porém, é de 10 a 20 respiradores por dia. "Esse é um grande dia para a ciência brasileira, que parte da Universidade de São Paulo
e desenvolveu respiradores com tecnologia nacional", afirmou Doria. Ainda segundo o governador, as Forças Armadas paticiparam da montagem dos aparelhos.
Os respiradores serão testados, inicialmente, em 40 pacientes no Incor para observação. Nas semanas anteriores, porém, o Inspire já passou por testes-piloto e foi aprovado
para uso hospitalar. Inicialmente, o equipamento foi anunciado como uma alternativa até 15 vezes mais barata do que os aparelhos convencionais., custando cerca de R$ 1 mil. O valor, porém, não se mantém.
"O aumento do dólar, as compras que nós fizemos no pico da quebra da cadeia de suprimentos eleveram o valor dos componentes e também a mudança gradual da legislação desse tipo de ventilador também impôs que ele se sofisticasse. Nós estimamos que o custo estará entre R$ 5 a 10 mil. No preço, incidem outras coisas. Quando não estivermos mais trabalhando com doações esse preço poderá ser outro. O projeto é aberto", justificou o o coordenador do projeto, Raul Gonzales.
Apesar disso, o governador afirmou que um pedido de insenção de impostos deve ocorrer após o início da produção em escala. "A universidade pública e de pesquisa tem como uma de suas missões a transferência de tecnologia
e de conhecimento", afirmou Gonzales. O educador ainda acrescentou que "o respirador possui um conteúdo tecnológico com especificações que partiram da faculdade de medicina".
O desenvolvimento do aparelho, que demorou 4 meses, contou com componentes foram nacionalizados
e modificados para atender às especificações sobre a qualidade do produto. "Muitas empresas nos ajudaram por meio de doações, serviços e suprimentos", acrescentou Gonzales. A soma monetária das doações chegou a R$ 7 milhões.
O coordenador do centro de contingência da Covid-19
no estado, Carlos Carvalho, ainda destacou a importância da conquista para o sistema de saúde do país de maneira geral. "Em todas as áreas tem sido feito um investimento de tempo e pesquisa para produzir soluções para as condições ruins que a nossa população vem vivendo", disse.