O Ministério da Saúde e a AstraZeneca avançaram hoje (31) com os processos burocráticos que tornará possível produzir a vacina de Oxford no Brasil . A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) assinou contrato com o laboratório britânico que baseia o acordo entre a parceria.
Caso a vacina de Oxford se mostre segura e eficaz contra a Covid-19
, a AstraZeneca vai transferir a tecnologia para que seja possível produzir 100 milhões de doses da vacina no País. A produção da vacina ficará a cargo da Bio-Manguinhos.
O Governo Federal injetará R$ 522,1 milhões na produção da vacina. Também serão direcionados R$ 1,3 bilhão às despesas para a Encomenda Tecnológica.
Em nota, a diretora de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Camile Giaretta, informou que o firmamento do contrato é um passo importante no acordo. “Essa ação do governo federal significa um avanço para o desenvolvimento de tecnologia nacional e de proteção da população brasileira”, afirmou.
A nota afirma que, segundo o acordo, a produção no Brasil deve começar em dezembro de 2020 e “garante total domínio tecnológico para que Bio-Manguinhos tenha condições de produzir a vacina de forma independente”.
A próxima etapa do acordo é formalizar a encomenda da tecnologia, que deve acontecer ainda na primeira quinzena do mês de agosto. Do total de doses, 30 milhões serão disponibilizadas entre dezembro e janeiro, enquanto o restante será disponibilizada de janeiro a junho de 2021.
“A Fiocruz recebeu informações técnicas fornecidas pela AstraZeneca necessárias para a definição dos principais equipamentos para o início da produção industrial. Com sua larga experiência em produção de vacinas, a instituição também colocará à disposição sua capacidade técnica a serviço dos esforços mundiais para a aceleração do escalonamento industrial da vacina junto a outros parceiros”, afirmou a nota.
Também participam do comitê de acompanhamento técnico-científico o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, além de instituições como Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio de Janeiro (RJ) e Universidade Federal de Goiás (UFG).
A distribuição da vacina ficará a cargo do Programa Nacional de Imunização (PNI), que atende o Sistema Único de Saúde (SUS).
“O acordo com a AstraZeneca permitirá, além da incorporação tecnológica desta vacina, o domínio de uma plataforma para desenvolvimento de vacinas para prevenção de outras enfermidades, como a malária”, afirma o comunicado do Ministério da Saúde.
“A assinatura deste acordo é mais um passo decisivo para a produção de uma vacina contra a Covid-19 no Brasil, contribuindo para a soberania nacional ao garantir ao país competência tecnológica e fortalecimento do SUS no combate à pandemia”, finaliza a nota.