Enquanto os hospitais de campanha do estado para o combate à Covid-19 começam a ser desmobilizados, as empresas responsáveis pela infraestrutura das unidades cobram dívidas que somam R$ 25 milhões. Catorze foram subcontratadas pelo Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde ( Iabas ) para montar estruturas, redes elétrica e hidráulica, e agora reivindicam um posicionamento da Secretaria de Saúde , que suspendeu repasses após descredenciar a organização social por indícios de superfaturamento.
Em um contrato de R$ 770 milhões firmado entre o estado e o Iabas para a construção e gestão de sete hospitais de campanha, foram previstos cerca de R$ 50 milhões para a contratação das 14 empresas. Elas alegam que, além de participarem da montagem, mantêm equipamentos nas unidades, como aparelhos de ar-condicionado, cabos, geradores de energia e tomógrafos.
A empresas afirmam ainda que, no último dia 17, foram comunicadas pelo Iabas que seus contratos estavam rescindidos. Sem receber repasses desde maio, elas notificaram o estado.
"Temos muito material nos hospitais. E eu coloquei 200 funcionários para trabalhar nas unidades", disse nesta terça-feira Renan Coutinho, um dos empresários que cobram o pagamento das dívidas."Apenas duas unidades (Maracanã e São Gonçalo) foram abertas, mas as outras obras ficaram prontas. Prestamos nossos serviços".
O estado anunciou que os hospitais de Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Nova Friburgo começam a ser desmobilizados nesta quarta-feira. Mas um outro empresário, Luiz Carlos Vieira, garantiu que não haverá desmontagem sem recebimento dos atrasados.
A Secretaria de Saúde
informou que repassou ao Iabas R$ 256 milhões, valor que contemplaria “custos de montagem, operação e desmontagem das unidades”. Por isso, os pagamentos às empresas seriam de responsabilidade exclusiva do Iabas. Já a organização social alegou que a dívida é do estado, pois teria comprovado que os repasses recebidos já foram gastos.