Vacina
Fotoarena / Agência O Globo
Vacina Coronavac, desenvolvida pela China, contra a Covid-19

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta quarta-feira (23) os resultados da terceira fase dos testes clínicos da vacina CoronaVac, desenvolvida pela chinesa Sinovac . Os testes foram realizados em mais de 50 mil voluntários chineses e apontaram 94.7% de segurança para a vacina, garantindo poucos efeitos adversos entre os participantes. 



No Brasil, a vacina ainda não recebeu os resultados preliminares dessa fase dos testes. O Instituto Butantan participa das pesquisas ao lado da Sinovac e deve ser responsável pela distribuição do medicamento no País. De acordo com o governador, entre os efeitos adversos apresentados, a maioria relatou apenas "dor no local da aplicação", o que sugere um efeito comum em vacinas autorizadas.  

Os estudos clínicos que estão sendo realizados no Brasil desde julho já aplicaram a vacina em quase 5,6 mil voluntários, sem nenhum registro de reação adversa grave. Eles são acompanhados pelos 12 Centros de Pesquisa distribuídos por 5 estados brasileiros, mais o Distrito Federal.

"Agora, devemos aguardar a finalização dos testes e aprovação da Anvisa. Mas já em dezembro, na segunda quinzena, poderemos iniciar a vacinação de acordo com critérios adotados pela secretaria de saúde e dentro do protocolo do Ministério da Saúde. Os primeiros a receber, obviamente, serão médicos e paramédicos", anunciou o governador. 

Segundo a secretaria estadual de saúde, a ordem de prioridade da campanha de vacinação deve seguir a priorização dos grupos de risco, como profissionais de saúde, idosos com comorbidades e outras categorias. 

De acordo com o diretor da Sinovac para a América do Sul, Xing Hang, que participou da coletiva de imprensa, "a fase três dos testes no Brasil está indo muito bem e estamos confiantes quanto à segurança e eficiência da vacina". Hang ainda comentou que até fevereiro 60 milhões de doses devem ser distribuídas ao estado. 

O diretor do Instituto Butantan , Dimas Covas, ainda completou que além das 60 milhões de doses da vacina, possíveis 40 millhões de doses adicionais que devem ser adquiridas até maio de 2021. De acordo com o governador, a expectativa é de que a remessa adicional - de 40 milhões - depende da aprovação e investimento do Ministério da Saúde e pode ser distribuída para brasileiros fora de São Paulo.  


Butantan terá nova fábrica para produção da vacina

Para garatir a produção em larga escala da vacina, o Instituto Butantan - que deve produzir as doses da CoronaVac para distribuição nacional - dedicará uma fábrica exclusiva ao imunizante . Com obras que devem iniciar em novembro e podem ser concluídas no segundo semestre de 2021, a fábrica modernizada deve receber a transferência de tecnologia da Sinovac e terá capacidade para produzir até 100 mil doses ao ano. 

O Ministério da Saúde confirmou o envio de R$ 80 milhões para investimento na construção e modernização da fábrica. A decisão foi tomada hoje após uma reunião em Brasília entre o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello e o secretário estadual de Saúde paulista, Jean Gorinchteyn.

"Nós, aqui no Brasil, provavelmente seremos um dos primeiros do mundo a ter uma vacina disponível para vacinação em massa. O processo de transferência de tecnologia [com a Sinovac] já começou, todos os sistemas de qualidade já estão sendo preparados para receber o primeiro lote de matéria-prima em outubro", afirmou o coordenador do Instituto Butantan, Dimas Covas.


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