Um artigo publicado no periódico especializado Journal of the Royal Society of Medicin e conduzido pelo professor Alexandre Steiner, do Departamento de Imunologia da USP, afirma que a febre pode não ser tão vilã quanto pensamos no estágio inicial da Covid-19.
O profissional de saúde avalia se existe mesmo a necessidade de administrar antitérmico para controlar o sintoma em suas primiras manifestações, reforçando que a febre possui um papel importante no combate a infecções e desenvolvimento de memória imunológica.
O cientista utiliza, como embasamento, estudos feitos sobre a febre ainda na década de 1970, nos quais pesquisadores afirmam a eficácia do aumento da temperatura como forma de defesa do corpo, além de apontarem o uso de antitérmicos no início das infecções como causa para sintomas prolongados.
"Dois ensaios clínicos randomizados, duplo-cegos e controlados por placebo em voluntários infectados com rinovírus, mostraram que o uso de aspirina, paracetamol ou ibuprofeno está associado ao aumento ou prolongamento da eliminação viral. Em um desses ensaios, aspirina e paracetamol demonstraram suprimir a resposta de anticorpos neutralizantes e, paradoxalmente, piorar os sintomas nasais", diz o artigo.