Maior ídolo do futebol argentino não resiste a mal súbito duas semanas depois de cirurgia no cérebro
Foto: Reprodução/Internet
Maior ídolo do futebol argentino não resiste a mal súbito duas semanas depois de cirurgia no cérebro

O ex-jogador  Diego Armando Maradona morreu nesta quarta-feira (25), aos 60 anos, após uma parada cardiorrespiratória. O maior ídolo esportivo argentino sofreu um mal súbito no fim da manhã, em uma casa localizada em Tigres, na zona metropolitana de Buenos Aires, na Argentina. 

A parada cardiorrespiratória ou parada cardíaca "consiste na parada dos batimentos cardíacos e do movimento respiratório, o que leva o paciente à morte, se não for atendido por meio da reanimação cardiopulmonar de imediato", explica Luiz Guilherme Velloso, cardiologista da rede de hospitais São Camilo, de São Paulo.

O médico esclarece ainda que o mal súbito pode estar relacionado a uma queda de pressão, hipoglicemia ou insuficiência respiratória. "São situações que podem causar a parada do ciclo respiratório e do batimento cardíaco do indivíduo. Podemos dizer que toda parada cardiorrespiratória, principalmente as de origem cardíaca, pode se apresentar como um mal súbito, que é quando um indivíduo está bem e subitamente sai da normalidade, perde a consciência, sofre alteração da oxigenação dos tecidos ou da pressão arterial".

Histórico de problemas de saúde

O jogador de futebol argentino também enfrentou um longo histórico de problemas de saúde, alguns deles decorrentes do uso de drogas e do abuso do álcool. Ele chegou a declarar: "Eu era, sou e serei um viciado em drogas".

"No caso do Maradona, por exemplo, que estava numa situação de pós-operatório, era hipertenso, com problemas cardíacos, obeso, com dependência de medicamentos calmantes e cocaína, uma das causas que poderiam tê-lo levado a uma parada cardiorrespiratória, por exemplo, seria uma hipertensão descontrolada com crise de falta de ar", destaca. 

A condição de saúde do ex-jogador não era das melhores. Isso porque ele foi internado no começo do mês de novembro com sintomas de anemia. No hospital, a equipe médica encontrou uma  hemorragia no cérebro e Maradona passou por uma cirurgia para tratar o hematoma subdural. No dia 12 de novembro recebeu alta da unidade de saúde.

De acordo com o cardiologista Luiz Guilherme Velloso, a cirurgia no cérebro pode estar relacionada com a parada cardíaca do ex-jogador, mas não há informações suficientes para ter certeza sobre o que realmente aconteceu. "Mas, por exemplo, os procedimentos cirúrgicos envolvem uma imobilidade do paciente durante o ato cirúrgico que predispõe a formação de coágulos nas pernas, a chamada trombose venosa profunda. Em outro momeno, esse coágulo pode se soltar da perna e obstruir a circulação pulmonar em um um evento chamado embolia pulmonar. Dependendo da gravidade, ela pode causar a morte súbita sem sintomas prévios", explica. 

Quais os sintomas?

A morte súbita é o estágio final de uma série de situações que levam à parada cardíaca. O cardiologista explica que os sintomas podem ser dor forte na região do tórax, mesmo que seja de duração curta, episódios súbitos de falta de ar, sensação de dificuldade respiratória, perda de consciência com ameaça de desmaio e vista escura.

"Quem estiver apresentando esses sintomas deve procurar atendimento com um cardiologista o mais breve possível. São sintomas que podem denunciar a presença de uma doença cardíaca grave com potencial para provocar a parada cardiorrespiratória", alerta o doutor Luiz Guilherme Velloso.

Atletas são mais acometidos pela morte súbita?

Atletas e esportistas, como Maradona, por praticar atividade física bastante intensa podem apresentar problemas no quadro de saúde. "Se o coração não for saudável e tiver alguma doença, no momento da atividade física, é mais comum que se manifeste os sintomas da doença cardíaca. Por exemplo, para o indivíduo que tem uma arritmia cardíaca, doença de válvula do coração ou obstrução nas artérias coronárias, é muito mais provável apresentar sintomas durante um esforço fisico mais intenso", explica. 

O alerta do especialista é que pessoas com interesse em praticar uma atividade física, por mais genuína que seja a vontade de se exercitar, precisam passar por uma avaliação médica. "Principalmente os que já passaram dos 40 anos, os que estão acima do peso, hipertensos ou que tem histórico familiar de doença cardíaca", afirma.  

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