Agência italiana aprova vacina contra a Covid-19 da Universidade de Oxford
Márcia Foletto / Agência O Globo
Agência italiana aprova vacina contra a Covid-19 da Universidade de Oxford

A Agência Italiana de Medicamentos (Aifa) acatou o parecer da União Europeia e aprovou neste sábado (30) o uso emergencial da vacina anti-Covid desenvolvida pela Universidade de Oxford e produzida pela multinacional anglo-sueca AstraZeneca.

A comissão técnico-científica da Aifa avalizou a utilização do imunizante para todas as faixas etárias entre adultos, porém afirmou que é "preferível" usá-lo em pessoas de até 55 anos, já que os dados sobre sua eficácia em idosos são escassos.

A Itália pretende empregar a vacina de Oxford/AstraZeneca para acelerar sua campanha de imunização contra o novo coronavírus, prejudicada nas últimas duas semanas pelos atrasos nas entregas da Pfizer.

Os dois primeiros lotes, com 430 mil e 660 mil doses, devem chegar ao país na segunda e na terceira semanas de fevereiro. Até abril, segundo o jornal La Repubblica, a AstraZeneca entregará 3,4 milhões de unidades à Itália, o que é suficiente para vacinar 1,7 milhão de pessoas.

Eficácia

Embora não haja dúvidas sobre sua segurança e utilidade para combater a pandemia, os dados de eficácia do imunizante são motivo de controvérsia desde o fim do ano passado por causa de uma divulgação apressada por parte da AstraZeneca.

No fim de dezembro, um estudo publicado pela revista científica The Lancet constatou uma eficácia média de 70,42%, com 62% no regime de duas doses inteiras e 90% no de meia dose seguida de uma dose completa - este último, no entanto, não foi testado em idosos e é fruto de um erro na dosagem.

Por conta disso, a agência de medicamentos da União Europeia (EMA) considerou apenas os resultados do regime padrão (duas doses inteiras). De acordo com a EMA, 154 voluntários dos 5.210 do grupo placebo contraíram o novo coronavírus, enquanto no grupo vacinado (5.258 pessoas) o número foi de 64 infectados.

"Isso significa que a vacina demonstrou uma eficácia ao redor de 60% nos ensaios clínicos", disse a agência, que se baseou nos resultados de estudos conduzidos no Reino Unido e no Brasil.

"A maior parte dos participantes do estudo tinha entre 18 e 55 anos. Não há resultados suficientes em participantes mais velhos para prever o quão bem a vacina vai funcionar nesse grupo. De qualquer modo, a proteção é esperada, dada a resposta imune vista nesse grupo e baseado na experiência com outras vacinas.

Como há informações confiáveis sobre a segurança nessa população, os especialistas científicos da EMA consideram que a vacina pode ser usada em idosos", disse a agência.

A Itália iniciou sua campanha de imunização em 27 de dezembro e, até o momento, vacinou cerca de 1,33 milhão de pessoas, sendo que 482.838 já receberam as duas doses. As fórmulas usadas até agora são as da Biontech/Pfizer e da Moderna. 

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