O Ministério da Saúde
deixou aproximadamente 1,7 milhões de testes RT-qPCR para Covid-19
vencer o prazo de validade. Os exames rápidos serão “substituídos sem custo”, alega o ministério, sem, no entanto, informar como ou quando – e sem repassar qualquer documento que confirme o mecanismo de troca. A informação foi apurada pelo portal 'Metrópoles'.
Segundo a reportagem, todos os testes foram comprados pelo governo federal
em abril de 2020. No total, o lote tinha cerca de 10 milhões de testes, que foram produzidos pelo laboratório Seegene, da Coreia do Sul. Desde então, quatro ministros já passaram pela gestão da pasta e os testes não foram utilizados.
Valores
Cada teste custou R$ 42, segundo informação enviada pelo Ministério Público Federal (MPF) à CPI da Covid.
Segundo o Metrópoles, o desperdício pode ter chegado a R$ 71,4 milhões.
Ao MPF, o governo federal informou que cogitava incinerar os testes sem destinação. O tema é assunto da CPI da Covid, que apura ações e omissões do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido)
durante a condução da pandemia de Covid-19.
Em nota enviada na tarde dessa terça-feira (18) à reportagem do Metrópoles, o Ministério da Saúde alegou que “os 1,7 milhão de testes RT-qPCR que estão fora do prazo de validade serão substituídos pelo fornecedor”. Segundo o órgão, não haverá custo para o processo.
"Cabe ressaltar que, a pasta tem 29,8 mil testes prontos para serem distribuídos, a partir da demanda dos estados", informou a pasta.
Em dezembro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ampliou o prazo de validade dos testes por mais quatro meses, após o jornal 'O Estado de S. Paulo revelar' que 6,9 milhões de exames estavam parados em um galpão do governo federal, em Guarulhos.