Quase metade (47%) dos adultos mais pobres da cidade de São Paulo possuem anticorpos contra o novo coronavírus, acima da taxa de 41,6% registrada na população total. A estimativa chega a 48,4% considerando apenas a população negra.
O índice é bem superior ao encontrado nos paulistanos dos bairros mais ricos, 35,9%, e na população branca, 35%. Os dados são da sexta fase do projeto de monitoramento da soroprevalência de coronavírus em São Paulo (SoroEpi MSP).
São, no total, 3,5 milhões de adultos já infectados pelo vírus. No período entre a quinta fase do estudo (realizada entre 14 e 23 de janeiro, num espaço de 109 dias) e a mais recente, cerca de 1 milhão de paulistanos adultos se contaminaram.
A contaminação pelo novo coronavírus, segundo a pesquisa, tem influência da escolaridade, raça e cor de pele, idade e número de habitantes por residência. Pessoas com até ensino médio incompleto, por exemplo, apresentaram uma taxa de infecção 1,8 vezes maior que os paulistanos com nível superior completo: 45,2% contra 24,7%.
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A faixa etária com maior prevalência foi a de 35 a 44 anos, cujo índice de infecção é 1,4 vezes maior do que a observada no grupo com mais de 60 anos: 51,3% contra 36,2%.
O monitoramento também identificou, pela primeira vez, maior registro de anticorpos contra a doença em residências com mais de cinco moradores (48,2%), quando comparadas com residências com até dois moradores (34,3%).
Ainda não haviam sido vacinados 83,7% dos adultos de São Paulo, que somam 8,4 milhões de pessoas. A coleta da pesquisa foi realizada entre 22 de abril e 1º de maio. Anticorpos foram registrados em 45,7% dos vacinados e em 40,8% dos não vacinados.
O estudo foi financiado pelo Instituto Semeia, pelo Grupo Fleury, Ipec e Todos pela Saúde.
Internações
O estado de São Paulo registrou aumento de 4,97% nas internações por Covid-19 nos últimos 15 dias: o número foi de 4.805 para 5.044. Já nos leitos públicos de UTI para Covid, houve uma ligeira queda nas últimas duas semanas, de 0,38%, segundo a plataforma InfoTracker. Na últilma terça, eram 4.349 pacientes em leitos intensivos. Em 4 de maio, eram 4.366.
No total, somando doentes em enfermarias e UTIs, a rede pública ficou mais lotada em São Paulo, passando de 9.171 internações para 9.393, um salto de 2,42%. Se levada em conta a soma de hospitais públicos e privados, houve uma queda de 0,79% nas internações de UTI no estado, ainda de acordo com a InfoTracker.
Há 14 dias, eram 10.240 internados. Na terça, eram 10.159. Para enfermaria, porém, houve um aumento de 4,4%: 11.193 pacientes há 14 dias contra 11.685 na terça.