Após o fim dos 120 dias para entregar a documentação exigida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a União Química Farmacêutica desistiu de realizar estudos clínicos no Brasil com a Sputnik V.
O pedido de desistência, feito em 4 de maio, não afeta a solicitação para uso emergencial da vacina, já que são processos separados. A decisão foi publicada nessa quarta-feira no Diário Oficial da União, depois de 15 dias, devido a trâmites burocráticos da entidade.
A agência havia solicitado documentos, desenho do estudo, informações e esclarecimentos, o que não foi atendido pela empresa, que acabou desistindo do processo.
Em abril, a Anvisa rejeitou por unanimidade o pedido de importação excepcional da vacina Sputnik V, feito por dez estados. Técnicos da agência se posicionaram contra a autorização devido à falta de dados sobre segurança e eficácia. Uma das descobertas da agência foi a existência de adenovírus replicante no imunizante.
Segundo os profissionais, a permissão pode colocar em risco a vida de milhões de brasileiros. Em resposta, a empresa afirmou que a negativa teve razões políticas.
Nesta quinta, o primeiro lote do imunizante a ser produzido no Brasil foi finalizado. As 100 mil doses serão exportadas para países da América do Sul, já que o uso não foi autorizado em território nacional.