A prefeitura de São Paulo solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a lista de todos os passageiros do voo que chegou da Índia no último sábado e onde foi identificada a variante indiana do coronavírus, chamada de B.1.617. Quando tiver os nomes, autoridades sanitárias do município vão poder acompanhar o estado de saúde dos demais viajantes.
"Tivemos contato ontem (terça-feira) com a Anvisa solicitando a lista de passageiros deste voo para que nós pudéssemos entrar em contato com aqueles que são da cidade de São Paulo e iniciar imediatamente o processo de monitoramento", disse o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, ao Jornal Hoje, da TV Globo.
Também ficou decidido que os funcionários dos aeroportos de Cumbica, em Guarulhos, Congonhas e Campo de Marte, em São Paulo, serão imunizados. O governo vai disponibilizar um hospital de referência na Zona Leste da capital paulista, caso algum passageiro precise de atendimento, e um andar de um hotel próximo a Guarulhos, caso algum viajante precise fazer quarentena.
A partir desta quinta-feira, serão montadas barreiras sanitárias no Aeroporto de Congonhas. Quem tiver sintomas de Covid-19, será levado para uma unidade de saúde.
Há tendas para monitoramento de viajantes nas três rodoviárias da capital paulista: Tietê, Barra Funda e Jabaquara. Os passageiros têm conferidas temperatura e oxigenação. Quem apresentar sintomas de infecção pelo coronavírus deve ser direcionado a uma unidade de saúde.
O secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn disse, em coletiva de imprensa, que o estado está apoiando medidas da Anvisa. Segundo ele, compete à agência fazer o controle de passageiros que vêm de outros países.
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"Oficiamos ontem (à Anvisa) algumas questões, a importância da identificação rápida dos pacientes sintomáticos, mesmo que leves. Essa busca já ocorre dentro das aeronaves por apoio das companhias aéreas. A Anvisa já aguarda eles na porta dos aviões, faz a testagem para que eles não entrem em contato com outros passageiros nas áreas. E se for positivo, vai para condição de isolamento pelo munícipio", disse Gorinchteyn.
Em nota, a Anvisa informou que abordou o passageiro contaminado e outros 12 passageiros em Guarulhos no último sábado e que fez os testes previstos. Segundo a agência, no entanto, não há exigência de testes para embarques nacionais e não compete à Anvisa "monitorar pessoas em trânsito entre estados e municípios".
"A Agência fiscaliza e exige que o viajante apresente exame PCR negativo para Covid-19 realizado em no máximo 72 horas antes do voo internacional (na origem do voo). O passageiro em questão chegou ao Brasil com teste negativo, assintomático, e a agência abordou esse passageiro e mais outros 12 viajantes, antes da imigração, e lavrou para todos, termo de controle sanitário do viajante. As informações relativas à chegada de 13 viajantes provenientes de área de risco foram enviadas, na sequência, para o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) nacional e local. Tanto no preenchimento da Declaração de Saúde do Viajante, quanto no Termo de Controle Sanitário o viajante assume compromisso de quarentena em solo nacional, por ele ser passageiro proveniente da Índia", diz a nota.
Segundo a prefeitura de São Paulo, não há registro de casos de transmissão local da variante indiana.