Os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein disponibilizaram a vacina contra a Covid-19 da Pfizer/BioNTech como dose de reforço para aqueles inicialmente vacinados com o imunizante desenvolvido pela Sinopharm.
Os estados do Golfo, que vacinaram grande parte de suas populações, inicialmente começaram a vacinar residentes e cidadãos com o imunizante da Sinopharm, antes de introduzir outros.
O Bahrein está atualmente lutando contra sua maior onda de infecções, enquanto os Emirados Árabes Unidos registram quase o dobro de casos de Covid-19 do que há sete meses.
No Bahrein, um representante do governo disse que as pessoas poderiam receber uma dose de reforço das vacinas da Pfizer/BioNTech ou da Sinopharm, independentemente da vacina que tenham tomado inicialmente. "O governo não está recomendando qual injeção de reforço é escolhida", disseram os representantes.
Em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, uma injeção de reforço está disponível três meses após a segunda dose ter sido administrada, disse um representante da Mubadala Health, parte do fundo estadual. Uma vacina diferente pode ser fornecida como dose de reforço, mas fica a critério do receptor e os profissionais de saúde não fazem recomendações, disse o representante.
Abu Dhabi oferece a vacina da Sinopharm ao público em geral desde dezembro e começou a usar a da Pfizer em abril. Têm sido oferecidas terceiras doses da Sinopharm desde pelo menos o mês passado, depois que foi descoberta que a injeção não tinha criado anticorpos suficientes para alguns receptores.
Preocupações sobre a vacina da Sinopharm
Existem preocupações sobre a eficácia da vacina da Sinopharm devido à disponibilidade limitada de dados clínicos publicados. Ela recebeu, no entanto, aprovação de uso emergencial pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em maio.
A vacina chinesa é 78,1% eficaz contra a Covid-19 sintomática, de acordo com um estudo publicado no mês passado na revista científica JAMA.
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No entanto, os pesquisadores disseram que os dados do estudo, realizado em países como Emirados Árabes Unidos e Bahrein, foram insuficientes para idosos e portadores de doenças crônicas.
Segundo o Wall Street Journal noticiou nesta quinta-feira, o subsecretário de saúde do Bahrein, Waleed Khalifa Al Manea, disse que a vacina da Sinopharm fornece um alto grau de proteção. Mas aqueles no Bahrein com mais de 50 anos, com obesidade ou doenças crônicas foram incentivados a tomar uma injeção de reforço da Pfizer seis meses após receber a segunda dose da Sinopharm, disse ele ao jornal.
Países oferecem segunda dose diferente
Outros países oferecem diferentes imunizantes contra a Covid-19 na segunda dose em meio a atrasos no fornecimento e preocupações de segurança.
No Canadá, o Comitê Consultivo Nacional de Imunização do país disse em 1 de junho que pessoas que receberam a primeira dose da vacina da AstraZeneca podem escolher receber uma diferente para a segunda dose. E acrescentou que as vacinas da Pfizer e da Moderna podem ser usadas alternadamente.
Na Finlândia, o Instituto de Saúde e Bem-Estar do país disse em abril que os destinatários de uma primeira dose da vacina da AstraZeneca com menos de 65 anos podem receber uma injeção diferente para a segunda dose. A mesma decisão foi tomada pela agência de saúde da Suécia.
O principal órgão consultivo de saúde da França recomendou em abril que as pessoas com menos de 55 anos que receberam a primeira dose da AstraZeneca deveriam receber uma segunda dose de uma vacina de RNA mensageiro (mRNA), da Pfizer ou da Moderna, embora a mistura de doses ainda não tenha sido avaliada em testes.
A Noruega também informou, em abril, que ofereceria àqueles que receberam a vacina da AstraZeneca na primeira dose uma de RNA mensageiro como segunda.
A ministra da Saúde da Espanha, Carolina Darias, disse em maio que o país permitiria que menores de 60 anos que receberam uma injeção de AstraZeneca recebessem a segunda dose da vacina da própria AstraZeneca ou da Pfizer, após resultados preliminares de um estudo realizado pelo Instituto de Saúde Carlos III.