A vacina de Oxford, criada em parceira com a AstraZeneca, está em fase final de testes
EPA/BBC
A vacina de Oxford, criada em parceira com a AstraZeneca, está em fase final de testes

A Fiocruz, responsável pela produção da vacina AstraZeneca no Brasil, defendeu na noite desta terça-feira a manutenção do intervalo de 12 semanas entre as doses do imunizante.

Pelo menos oito capitais e o DF já anunciaram que vão antecipar a segunda dose das vacinas AstraZeneca e Pfizer, ambas com recomendação de intervalo de 90 dias no Plano Nacional de Imunização. Estados como o Rio de Janeiro, Piauí e Rondônia também orientaram suas prefeituras a diminuir o intervalo para oito semanas.

As decisões têm sido publicadas desde o final de junho, mas o Distrito Federal foi a única unidade da federação que argumentou que o prazo foi encurtado para ampliar segurança contra a variante delta do coronavírus.

As capitais dos outros estados ou não explicaram os motivos de se antecipar aos 90 dias de distância ou justificaram a medida com o argumento de que "acelerar o processo de imunização completa" diante da disponibilidade de doses nos municípios.

A Fiocruz, no então, alega que o intervalo de 12 semanas considera dados que demonstram uma proteção significativa já com a primeira dose e a produção de uma resposta imunológica ainda mais robusta quando aplicado o intervalo maior.

“Adicionalmente, o regime de 12 semanas permite ainda acelerar a campanha de vacinação, garantindo a proteção de um maior número de pessoas”, diz a fundação, em nota.

Segundo a Fiocruz, o intervalo está respaldado por evidências científicas e qualquer mudança deve considerar os estudos de efetividade e a disponibilidade de doses.

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Até o momento, diz a fundação, a vacina produzida pela Fiocruz tem se demonstrado efetiva na proteção contra as variantes em circulação no país já com a primeira dose.

“Adicionalmente, em relação à variante delta, uma pesquisa da agência de saúde do governo britânico, publicada em junho, aponta que a vacina da AstraZeneca registrou 71% de efetividade após a primeira dose e 92% após a segunda para hospitalizações e casos graves. Os dados são corroborados também por um estudo realizado no Canadá, que apontou efetividade contra hospitalização ou morte, para a variante Delta, após uma dose da vacina da AstraZeneca de 88%”, diz o texto.

Governadores e representantes de 22 estados e do Distrito Federal cobraram orientações do Ministério da Saúde sobre a antecipação da 2ª dose da vacina contra Covid-19 e a imunização de adolescentes. Os temas foram discutidos em reunião do Fórum de Governadores do Brasil com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, nesta terça-feira, em Brasília.

O grupo solicitou que as recomendações sejam incluídas no Programa Nacional de Imunizações (PNI). Ao final do encontro, o ministro Queiroga não descartou o pedido, mas disse que "há [possibilidade], desde que haja elementos técnicos".

“Neste momento, a Fiocruz reforça as orientações do PNI e da Nota técnica conjunta da Sociedade Brasileira de Imunizações e da Sociedade Brasileira de Pediatria, publicada nesta terça-feira (13/7), quanto à manutenção do intervalo de 12 semanas da vacina Fiocruz-AstraZeneca e permanecerá atuando na vigilância das variantes, bem como na produção de estudos de efetividade da vacina e de evidências científicas que possam continuar a subsidiar a estratégia de imunização no país”, informou a Fiocruz após o encontro.

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