Um estudo publicado no Journal of the National Cancer Institute apontou que a pandemia da Covid-19 pode ser a principal responsável por um aumento no número de mortes decorrentes do câncer de mama.
Segundo o estudo, a nova doença mobilizou equipes hospitalares de muitos lugares do mundo e fez diversos hospitais entrarem em verdadeiro colapso, impossibilitando o atendimento a procedimentos eletivos, como, por exemplo, a mamografia – exame necessário para detecção do câncer de mama.
A pesquisa afirma que houve uma redução de 80% das mamografias. A pandemia também afetou o tratamento das pacientes diagnosticadas com câncer de mama, provocando atrasos, diminuição e até cancelamento de sessões de quimioterapia, por exemplo.
De acordo com o Medical Xpress, os pesquisadores realizaram uma simulação de quantas mortes os diversos impactos dos primeiros seis meses de pandemia poderiam gerar. Foi possível constatar que cerca de 2.487 vidas serão perdidas até 2030 por falhas no rastreamento, diagnóstico e tratamento quimioterápico da doença.
O número total de óbitos previstos aponta um aumento de 0,52% na mortalidade do câncer de mama entre 2020 e 2030. A previsão estima que 950 pessoas morram em decorrência do rastreamento reduzido da doença, 1.314 devido ao diagnóstico tardio de casos sintomáticos, além de 151 óbitos pela redução das sessões de quimioterapia em mulheres no estágio inicial da doença.
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“Descobrimos que as rápidas adaptações das unidades de saúde para desenvolver estratégias para retomar os serviços de rastreamento, diagnóstico e tratamento do câncer de mama em um período de seis meses mitigaram muito o impacto potencial na mortalidade por câncer de mama. As unidades devem priorizar o rastreamento de mulheres que faltaram à mamografia de rotina durante a pandemia para reduzir o impacto da pandemia na mortalidade”, afirmou o autor do estudo, Oguzhan Alagoz.