Estudos mostram que vacinas ainda são eficazes contra as variantes
Isabela Silveira
Estudos mostram que vacinas ainda são eficazes contra as variantes

Chris Whitty, diretor médico da Inglaterra, afirmou que 98% dos novos casos de Covid-19 no país correspondem a variante Delta. Esta é, portanto, a “variante normal” atualmente por lá.

Por outro lado, os dados de hospitalização e mortes pela doença no Reino Unido indicam uma redução considerável em comparação com os números do ano passado. Significa que a vacinação avançada está dando bons frutos e é verdadeiramente eficaz contra o coronavírus, incluindo as variações. Novos estudos comprovam isso.

Uma pesquisa do Instituto Pasteur, na França, realizado com 56 pessoas recuperadas da Covid-19, verificou que as variantes Beta e Delta são suficientemente diferentes dos vírus anteriores para afetar a resposta imunológica.

Para compreender se as vacinas disponíveis até o momento funcionam contra essas variações do coronavírus, os pesquisadores observaram a sensibilidade das três mais conhecidas variantes (Alfa, Beta e Delta) a diferentes grupos de anticorpos. Para os testes, eles usaram quatro monoclonais (anticorpos produzidos em laboratório).

Os resultados indicaram que a variante Alfa foi anulada por todos os quatro monoclonais. Já a variante Delta foi neutralizada por três dos quatro. A variante Beta, por sua vez, que é conhecida por ser a mais difícil de neutralizar, havia perdido a sensibilidade para dois de cada quatro anticorpos.

Os cientistas afirmam que a temida variante Delta é de fato menos sensível aos anticorpos neutralizantes existentes, isto é, às proteínas em forma de Y que se prendem ao coronavírus e o impedem de entrar em nossas células. Ainda assim, o estudo mostra que as vacinas são substancialmente eficazes contra as variantes, até mesmo a Delta.

Felizmente, nosso sistema imunológico produz uma notável variedade de anticorpos contra diferentes partes das proteínas do vírus. Isso é conhecido como “resposta policlonal”.

Um outro estudo, da Universidade de Oxford, relatou que quando as pessoas previamente infectadas foram vacinadas, todas mostraram um aumento nos anticorpos neutralizantes contra as três variantes. Uma única dose da vacina foi suficiente para aumentar as respostas neutralizantes à variante Delta, por exemplo.

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As conclusões da pesquisa de Oxford, porém, não foram tão encorajadoras para aqueles que receberam uma dose da vacina na ausência de uma infecção anterior. O grupo observou que uma única dose de vacinação conferiu anticorpos neutralizantes fracos contra a variante Delta. A dose de reforço, contudo, demonstrou o efeito desejado quanto a neutralização da variante.

Há um novo estudo canadense em andamento que deve ampliar as informações sobre a atividade substancial de anticorpos induzida por vacina contra a variante Delta. A pesquisa aguarda revisão por pares.

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