A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu nesta segunda-feira o pedido para analisar o uso emergencial da vacina da Sinopharm no Brasil. A documentação foi entregue pela Blau Farmacêutica, intermediária do laboratório chinês no país.
A empresa esteve envolvida com o líder do governo Ricardo Barros (PP-PR), então ministro da Saúde, em 2017. À época, foi apontado um favorecimento em licitação para compra de mais de 15 milhões de unidades do medicamento alfaepoetina por mais de R$ 200 milhões.
Se os documentos apresentados estiverem completos, o resultado deve sair em até 30 dias. A Organização Mundial da Saúde (OMS) autorizou o uso emergencial em maio. Não houve testes do imunizante no Brasil. Além da China, estudos foram realizados na Argentina, no Peru, nos Emirados Árabes e no Egito.
A vacina da Sinopharm utiliza a tecnologia do vírus inativado — a mesma da Coronavac e da Covaxin. O imunizante é aplicado em duas doses, com intervalo que varia de três a quatro semanas.
O órgão regulador cancelou a análise do pedido de uso emergencial da Covaxin, intermediada pela Precisa Medicamentos. A decisão foi tomada no último sábado após a Bharah Biotech anunciar que o laboratório não a representa mais no país por não reconhecer a autenticidade de dois documentos enviados pela empresa ao Ministério da Saúde. O caso foi revelado pela CBN. Na sexta, a Anvisa já havia suspendido a autorização para testes clínicos.