Variantes impossibilitam imunidade de rebanho
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Variantes impossibilitam imunidade de rebanho


Com novas variantes da Covid-19 surgindo, a imunidade de rebanho fica cada vez mais distante e, talvez, até inatingível, segundo especialistas. Se antes estimava-se que 70% da população deveria estar imunizada para que a pandemia acabasse, hoje essa porcentagem é maior, segundo publicação do El País.

Apesar de não saberem ao certo qual seria a nova porcentagem, especialistas estimam que seja em torno de 90%, que não pode ser alcançada sem a vacinação de crianças com menos de 12 anos.

"Muitos de nós, epidemiologistas ao redor do mundo, passamos alguns meses tratando do tema. Ele vem de doenças mais clássicas, como catapora, sarampo, varíola. A Covid-19 é muito diferente. Por ser um vírus respiratório de tão alta transmissibilidade, vários problemas se acrescentam: seriam necessárias taxas de cobertura próximas a 95%. Isso é algo muito difícil, mesmo em países como a Espanha, onde a relutância em vacinar é muito baixa", afimrou epidemiologista espanhol Javier del Águila ao El País.

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"E quando há muitos infectados, como as vacinas não são perfeitas, ela acaba atingindo também quem tomou as duas doses", completa o médico.

Para José Jiménez, pesquisador do Departamento de Doenças Infecciosas do King's College de Londres, o ideal seria não estabelecer percentuais de imunidade de rebanho. "São estimativas muito teóricas e podem variar muito dependendo da eficácia das vacinas e do surgimento de novas variantes. A melhor mensagem que podemos passar é vacinar o máximo possível, sem estabelecer nenhum percentual como meta", afirma à publicação.

A vacinação diminui a gravidade dos casos de Covid-19, fazendo até com que sejam assintomáticos, tornando as próximas ondas menos volumosas e fazendo com que o vírus deixe de ser o problema social que tem representado até agora. Mas, segundo os especialistas, ele provavelmente não vai deixar totalmente de se propagar.

Miguel Hernán, professor de Epidemiologia da Universidade Harvard, diz que é provável, caso não surjam mutações que façam o vírus escapar das vacinas, que o coronavírus se torne endêmico, como os patógenos que causam os resfriados. "É possível que eles já tenham causado uma pandemia no passado, mas hoje não existe vigilância epidemiológica deles porque não é necessária", diz. 

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