O Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, justificou hoje a orientação para a suspensão da vacinação para adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades no Brasil. A decisão foi anunciada em uma nota técnica divulgada hoje pela pasta .
Segundo Queiroga, ao contrário do que havia dito o ministério há dias atrás, não há evidências científicas para embasar a decisão de aplicar as doses nessa população. "É uma questão de cautela, prudência", disse. "As evidências científicas em relação aos subgrupos estão sendo construídas", completou, embora muitos países no mundo já estejam aplicando os imunizantes da Pfizer nessa população.
O ministro insistiu que a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda a vacinação nessa faixa etária, o que não é verdade. O que a entidade afirmou, na verdade, foi que a prioridade seja vacinar em países onde a cobertura vacinal ainda está engatinhando.
A orientação do ministro é de que a vacinação pare imediatamente, e que os vacinados com a 1ª dose sequer recebam a 2ª aplicação. "Deve parar, não fazer em adolescentes sem comorbidades. Depois, se surgirem evidências científicas concretas, isso pode ser revisado. Se amanhã surgir evidências contundentes sugerindo benefício, muda amanhã".
Queiroga também criticou a decisão das secretarias de saúde regionais de adiantarem o ritmo de vacinação. Segundo ele, o não seguimento do Programa Nacional de Imunização (PNI) é o que causou a falta de vacinas no país todo.
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"Queremos seguir juntos. Como é que vai ter comando nacional se na ponta ninguém segue. Cada um segue o seu. Criticaram o que eu disse do excesso de vacina, faz parte. Mas quando eu digo é porque tão aplicando em quem não deve!", disse.
"Eu falo todo dia. Vamos seguir o PNI. Está faltando Astrazeneca porque estão usando em quem não deve. Tanto tem excesso de vacina, que estão vacinando quem não deve. Iniciando 3ª dose antes do tempo. É como se fosse uma Fórmula 1. Não é para ser assim. Não fui eu que comecei o PNI. Não posso botar água no feijão da vacina. A gente só tem condições de entregar o que esta no cronograma. Ao invés de passar a mensagem de tranquilidade, ficamos com informações desencontradas", completou.
A aplicação da vacina deve continuar para quem tem de 12 a 17 anos e comorbidades, ou está privado da liberdade, garantiu o ministro.
Eventos adversos
Sem dar detalhes, o ministro afirmou que foram relatados mais de 1500 eventos adversos em adolescentes decorrentes da vacina, 93% deles, no entando, resultado da aplicação de doses de fabricantes que não são liberados pela Anvisa para essa população.
Em São Paulo, teria ocorrido ainda uma morte após a vacinação. A pasta não informou qual o imunizante teria sido usado no caso, e se limitou a informar que o caso está sob investigação para constatação se o óbito se deve a vacina, ou a outras situações ou comorbidades