Rússia registra mais de mil mortes em 24h pela 1ª vez desde o início da pandemia
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Rússia registra mais de mil mortes em 24h pela 1ª vez desde o início da pandemia

A Rússia superou neste sábado, pela primeira vez desde o início da pandemia, mil mortes por Covid-19 em 24 horas, em um momento em que a vacinação se encontra estagnada e não há restrições sanitárias. Segundo o balanço oficial do governo, foram registradas 1.002 mortes e 33.208 novos casos, dois recordes pelo terceiro dia consecutivo.

A média móvel de casos, que está na faixa de 28.909, também bateu um recorde, sendo a maior registrada desde o início da pandemia. O patamar mais próximo do número atual ocorreu em 26 de dezembro do ano passado, com média móvel de 28.501 casos. O recorde também vale para a média móvel de mortes, que está em 958, maior índice desde então.

A nova onda de casos ocorre em um momento no qual apenas 31% dos russos estão completamente vacinados, equivalente a 45,7 milhões de pessoas. Os imunizados com ao menos uma dose são 34,8% do país, ou cerca de 50 milhões de russos.

A ausência de restrições rígidas permitiu que o vírus se propaguesse de maneira descontrolada, embora várias regiões do país tenham restabelecido a obrigação de passaportes sanitários com códigos QR para acessar lugares públicos.

O governo russo descartou aplicar restrições mais severas, apesar de classificar a taxa de vacinação do país como "inaceitavelmente" baixa. Nessa semana, o governo comunicou que as autoridades devem garantir que "a economia siga funcionando".

O governo também afirmou que o sistema de saúde da Rússia está preparado para receber o crescente número de pacientes e insistiu que não está "sobrecarregado". As autoridades culparam a população pelo endurecimento da pandemia. O ministro da Saúde, Mikhaíl Murashko, criticou nesta semana o "comportamento" do povo, enquanto o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que foi feito todo o possível para dar aos russos a oportunidade de "salvar suas vidas tomando a vacina".

A Rússia desenvolveu sua própria vacina contra a Covid-19, a Sputnik V, e o Estado impulsionou uma campanha de vacinação que teve um eco limitado diante de uma população cética.

As pesquisas de opinião independentes mostram que mais da metade dos russos não planeja se vacinar.

A Rússia registrou, até este sábado, 222.315 mortes por Covid-19, o número mais alto na Europa, mas as autoridades são acusadas de subestimarem os números, com os valores podendo ser até três vezes maior do que os confirmados oficialmente. O total de casos desde o início da pandemia já está em 7,8 milhões, crescendo nos últimos dias.

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