O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga
Valter Campanato/Agência Brasil
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga

O ministério da Saúde, Marcelo Queiroga, reconheceu que a variante Ômicron, mais transmissível que outras cepas do coronavírus, tem elevado a pressão e a sobrecarga sobre o sistema de saúde brasileiro. As declarações foram dadas nesta quinta-feira durante reunião com gestores estaduais e municipais.

Diante do maior contágio, pelo menos dez estados já veem as taxas de ocupação em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) por Covid-19 atingir a marca de 70%. Como O GLOBO mostrou, o número de adultos internados nesse tipo de leitos saltou 143% na virada do ano.

— Pressão sobre o sistema de saúde já ocorre. Pelo menos uma dezena de estados já tem os leitos de terapia intensiva ocupados em percentual superior a 70%. Porém, no início da pandemia, o número de leitos de UTI era em torno de 22 mil e, hoje, nós temos condições de ampliar — afirmou o ministro.

Nesse cenário, a situação se agrava em pelo menos sete estados:

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— Amanhecemos com sete estados (com lotação) acima de 80% e em crescimento — secretário-executivo do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Jurandi Frutuoso. — A Ômicron não é muito patogênica, mas desorganiza o sistema de saúde de maneira muito forte. Pelo volume de pacientes que ela coloca na porta do hospital, você desorganiza rede e derruba a força de trabalho.

Para Queiroga, o avanço da vacinação contra a Covid-19 deve frear o avanço da Ômicron e arrefecer o cenário epidemiológico. Dados do consórcio de imprensa do qual O GLOBO faz parte mostram que quase 70% da população brasileira já completaram o ciclo de imunização até a última quarta-feira.

— Esse perfil de vacinação faz acreditar que o impacto da Ômicron pode ser parecido com o que está acontecendo no Reino Unido, em Portugal e na Espanha, onde os casos também explodiram, mas não houve incremento forte de óbitos. É isto o que nós queremos aqui no Brasil: não que os casos explodam, nós queremos não subam os óbitos — continuou o ministro. — Nós só estaremos seguros quando todos estiverem seguros e isso implica avançare fortemente na imunização dos países mais pobres.

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