Uma pesquisa da rede de saúde integrada Dasa, a maior do setor privado no país, revela que 30% dos casos da Covid-19 no estado do Rio já são causados pela subvariante BA.2, linhagem originária da cepa Ômicron. Mas, apesar de um maior aparecimento da BA.2 nos exames, o número de casos vem reduzindo. Nos laboratórios da Dasa na cidade do Rio, a taxa de positividade de testes dos últimos sete dias feira caiu para 5%, valor parecido do registrado no fim de 2021, antes da alta de casos provocados pela Ômicron.
Os primeiros casos desta variante no estado foram identificados pela rede Dasa na segunda quinzena de janeiro, quando representavam 0,6% dos casos entre os dias 15 a 25 de janeiro. No começo de fevereiro a quantidade de amostras para a subvariante chegou a 4,35% e chegou a 10% entre os dias 19 de fevereiro a 5 de março. Para o virologista da rede Dasa José Eduardo Levi, o cenário do Rio em que a cepa se expande é diferente de outros países onde há aumento de casos.
"Aqui no Brasil ela se expande num contexto epidemiológico de redução de casos, enquanto em outros países há uma explosão de casos. Ela é mais transmissível porque está aumentando, mas menos pessoas estão se infectando. Tivemos também uma redução importante no número de testes, apesar de ser menos científico porque agora há o autoteste, fazemos hoje menos da metade que fizemos em janeiro", afirma Levi.
O secretário municipal de Saúde Daniel Soranz diz que nas últimas semanas se mantém a tendencia de redução de casos de Covid-19. Segundo Soranz, nas últimas duas semanas 80% das unidades de saúde do município não registraram novos casos da doença. A atual taxa de reprodução do vírus na cidade está em cerca de 0,3. Isso representa que 100 pessoas infectadas pelo coronavírus transmitem para outras 30, reduzindo cada vez mais o número de infecções.
"Sabíamos que a linhagem estava circulando, mas não houve nenhum alteração epidemiológica. Percebemos uma importante redução na taxa de internações e casos. Ficamos vários dias sem novos pedidos de hospitalização no Rio. Temos o cenário mais favorável até o momento", diz Soranz.
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Segundo a secretaria estadual de Saúde, até o momento a pasta recebeu 12 notificações da subvariante mas a presença da cepa não modificou "de forma significativa o cenário epidemiológico fluminense".
Nesta quarta-feira 25 pessoas estavam internadas com Covid-19 na rede pública da cidade do Rio. No pico da variante Ômicron, o Rio chegou a ter quase mil pacientes hospitalizados com a doença e para atender a crescente de casos em janeiro.