Criança recebe dose de vacina contra pólio e sarampo
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Criança recebe dose de vacina contra pólio e sarampo

O Estado de São Paulo confirmou recentemente um caso de sarampo em um bebê de um ano e investiga outros 25 possíveis diagnósticos em meio a um risco de surto devido à queda na cobertura vacinal. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), apenas 75% das crianças parte do público-alvo foram imunizadas em 2021, 20% a menos que a meta de 95%.

O caso confirmado em fevereiro foi de um bebê ainda não vacinado e chamado autóctone, quando a contaminação é realizada no local e não por transmissão ou em outra região. Não foi relatado óbito.

Procurada, a SES ressaltou que apenas um diagnóstico foi detectado no estado neste ano, mas há outros 25 sob análise. Em nota, a secretaria reforçou a importância da vacinação e lembrou que há no momento uma campanha em andamento para frear o vírus.

“Desde 4 de abril a imunização está voltada aos profissionais da saúde e, a partir de 3 de maio, serão vacinadas crianças de 6 meses a menores de 5 anos”, informou a SES.

No estado, o público-alvo infantil engloba 12,9 milhões de crianças. A vacina tríplice viral, que protege não só do sarampo, como de caxumba e rubéola, faz parte do Programa Nacional de Imunização (PNI) e é aplicada nos postos de saúde.

Sarampo no Brasil

Depois de ter sido erradicado no país, em 2016, o sarampo voltou a provocar casos a partir de 2017, levando a um surto em 2019 com quase 21 mil diagnósticos confirmados apenas naquele ano, segundo informações da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde.

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Em 2020, com as medidas restritivas para conter o avanço da Covid-19, os casos de sarampo também ficaram sob controle, saindo de 2.475 diagnósticos no mês de março para uma média de 68 por mês a partir de maio até o fim do ano. A doença teve sua incidência reduzida até chegar a dezembro de 2021, quando foi registrado apenas um caso em todo o país naquele mês.

Ao todo, em 2021, foram registrados apenas dois óbitos por sarampo no Brasil, ambos no estado do Amapá. Um de uma criança de 7 meses, sem comorbidades e que não havia sido vacinada, e o outro de um bebê de 4 meses, que a imunização não era indicada por ser menor que 6 meses de vida.

Baixa vacinação preocupa

Desde então, o sarampo permanece com números baixos. Porém, especialistas temem que a baixa cobertura vacinal leve a novos surtos da doença. Em 2021, apenas 50,1% do público-alvo no Brasil recebeu a segunda dose da vacina da tríplice viral. A informação é parte de um levantamento feito pela pesquisadora de políticas públicas Marina Bozzetto, da Universidade de São Paulo (USP), a pedido do GLOBO, com base em dados do Ministério da Saúde.

A Secretaria de Vigilância em Saúde, do ministério, orienta que “cada município deve estabelecer estratégias, considerando ampliar as coberturas vacinais, no intuito de atingir a meta de pelo menos 95% de cobertura para as doses 1 e 2 da vacina tríplice viral, de forma homogênea”.


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