Teste de covid-19 realizado nas ruas de Seul
Jeon Han/Divulgação Governo da Coreia do Sul 17.12.20
Teste de covid-19 realizado nas ruas de Seul

A cidade chinesa de Xangai pediu, nesta terça-feira, cooperação pública com um novo grande esforço para testar a maior parte da população para Covid-19, enquanto tenta reduzir a transmissão comunitária a zero após quase três semanas de quarentena.

Maior foco de contágios no país, a cidade registrou nesta terça-feira mais sete mortes provocadas pela Covid-19 , elevando para dez o total de óbitos até o momento. A Comissão Municipal de Saúde afirmou que as sete vítimas tinham entre 60 e 101 anos de idade e todas apresentavam comorbidades, incluindo doenças cardíacas e diabetes, e nenhuma havia se vacinado.

O apelo para a testagem em massa veio quando algumas pessoas se recusaram a participar das filas de testes de PCR por cansaço, após semanas sendo requisitadas a fazê-lo, ou por temerem que os testes as ponham em maior risco de infecção.

Moradores compartilharam histórias nas redes sociais sobre ônibus cheios de pessoas sendo retiradas de suas casas e postas em quarentena, incluindo bebês e idosos.

As autoridades locais estão sob pressão de Pequim para acelerar a transferência de casos positivos e seus contatos próximos aos centros de quarentena, alimentando temores sobre medidas projetadas para impedir completamente a propagação do vírus, em vez de apenas retardá-la.

A China, onde o coronavírus foi identificado pela primeira vez na cidade central de Wuhan no final de 2019, optou por uma política de "tolerância zero", em vez de tentar conviver com o vírus.

— Ao realizar várias rodadas consecutivas de testes de PCR, seremos capazes de detectar dinamicamente casos positivos o mais cedo possível, pois isso nos ajudará a atingir o “zero Covid” em nível comunitário mais rapidamente — disse Hu Xiaobo, funcionário de Saúde da cidade.

Fontes disseram à Reuters que Xangai pretende impedir a propagação da Covid-19 fora das áreas em quarentena até esta quarta-feira. A meta marcou um ponto de virada quando alcançada por outras cidades chinesas fechadas, permitindo que elas diminuíssem as restrições.

O número de novas transmissões locais detectadas na segunda-feira caiu para 19.442, de 21.395 no dia anterior. Xangai encontrou 550 casos fora das zonas de quarentena, abaixo dos 561 do dia anterior e o quarto declínio consecutivo.

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A cidade aliviou as restrições de movimento para algumas pessoas em áreas de baixo risco, mas a grande maioria de sua população de 25 milhões permanece em bloqueio restrito.

Estratégia não viável

Moradores e algumas empresas em Xangai argumentam que os custos da política de Covid da China superam os benefícios, especialmente porque a maioria dos casos não apresenta sintomas. Alguns especialistas também expressaram ceticismo.

Em 6 de abril, Zhong Nanshan, especialista em doenças respiratórias que ajudou a formular a estratégia anti-Covid da China no início de 2020, copublicou um editorial em inglês na National Science Review no qual argumentou que uma dinâmica prolongada de tolerância zero não era viável.

No entanto, o presidente chinês, Xi Jinping, insistiu que o país siga a estratégia, em meio à falta de imunidade de grupo e a um sistema médico instável.

As autoridades de saúde de Xangai admitiram, no domingo, que menos de dois terços dos moradores de mais de 60 anos receberam duas doses da vacina contra a Covid e que menos de 40% tomaram a dose de reforço.

Hong Kong, onde a população idosa também apresenta reduzido índice de vacinação, registrou quase 9 mil mortes provocadas pela Covid-19 desde janeiro, quando a cidade foi atingida em cheio pela variante Ômicron.

Na segunda-feira, quase 350 milhões de pessoas em pelo menos 44 cidades estavam sob alguma forma de confinamento na China, segundo as autoridades.

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