Um número preocupante foi apresentado no último relatório do Atlas da Obesidade. Segundo o estudo, 1 bilhão de pessoas estarão obesas até 2030, o que significa que as metas estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o controle da doença não estão funcionando.
A última edição do Atlas da Obesidade, divulgada neste mês de abril, mostrou que as metas de controle da prevalência da obesidade estabelecidas pela OMS até 2025 estão longe de serem cumpridas. Segundo os dados, a previsão é que até 2030 uma em cada cinco mulheres esteja obesa. Nos homens, é esperado que um em cada sete homens esteja com obesidade.
No Brasil, o Atlas apontou que a população obesa deve ser de aproximadamente 50 milhões até o início da próxima década, sendo 29 milhões de mulheres e 21 milhões de homens, o que representa 33% da população aproximadamente.
Segundo o médico especialista em obesidade e cirurgião bariátrico, José Alfredo Sadowski, o tratamento da obesidade é complexo por ser uma doença que não tem apenas um fator determinante, além de ser um problema que pode levar a uma série de outras doenças.
“A Obesidade, além do peso, traz outros problemas de saúde como a hipertensão, o diabetes, problemas cardiovasculares e até risco de câncer se não houver um controle adequado. Entre estes tratamentos está a cirurgia bariátrica, considerado o método mais eficaz até o momento para controle da obesidade”, explica Sadowski.
O aumento da obesidade é motivo de preocupação principalmente nos países de baixa renda em que o acesso aos tratamentos eficazes é mais difícil. Além disso, a obesidade em crianças e adolescentes também preocupa. O Atlas projeta que até o início da próxima década serão aproximadamente 7,7 milhões de crianças e jovens, entre 5 e 19 anos, com obesidade.
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“Esse é um problema que teremos que enfrentar daqui para frente. Parte disso é conscientizar as pessoas de que a obesidade é uma doença que precisa ser tratada o quanto antes, inclusive na infância e na adolescência”, afirma o especialista.
Como maneira de conscientizar as pessoas sobre a importância do tema, o coordenador de nutrição do Hospital de Clínicas do Ingá (HCI), Antônio Wanderson Lack, acredita que a educação seja uma das principais maneiras de lidar com o problema a longo prazo.
“Como política pública, a educação nutricional deveria ser obrigatória no ensino básico. Para fazer com que a população a longo prazo tenha hábitos de vida mais saudáveis, essa matéria deveria estar no currículo”, afirma.
Além da saúde, a obesidade também traz consequências negativas para a economia. O custo da saúde com excesso de peso representaram cerca de R$ 1,5 bilhão em 2019, segundo uma pesquisa financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O levantamento mostrou também que foram 128,71 mil mortes, 495,99 mil hospitalizações e 31,72 milhões procedimentos ambulatoriais realizados pelo SUS atribuíveis ao excesso de peso.
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