O número de casos confirmados da varíola dos macacos em países onde o vírus não é endêmico chegou a 219 nesta quarta-feira, informou um balanço do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças, agência da União Europeia (UE).
No total, desde o início de maio, quase 20 países fora do continente africano, a maioria na Europa, relataram ao menos um diagnóstico da doença. O ECDC ressalta que nenhuma morte foi registrada.
O número total de casos registrados pelo centro quase quintuplicou em seis dias. Em seu primeiro relatório, de 20 de maio, a agência apontava 38 infecções.
Entre os países que estão relatando pela primeira vez casos de transmissão local da varíola dos macacos, provocada pelo vírus monkeypox, três concentram a maioria das pessoas contaminadas. Reino Unido, com 71 casos; Espanha, com 51, e Portugal, com 37, diz o relatório do ECDC.
Baseado nos anúncios dos países, o centro afirma que a Europa já conta com ao menos 191 diagnósticos. A região vive o maior surto já registrado na história, segundo o serviço médico das Forças Armadas da Alemanha, um dos países atingidos. Além do continente europeu, nações como Canadá, Estados Unidos, Austrália, Israel e Emirados Árabes Unidos também relataram infecções.
Na segunda-feira, em sua primeira avaliação de riscos, o ECDC considerou que a probabilidade de contágio na população geral era "muito fraca", mas que era "elevada" para pessoas com vários múltiplos parceiros sexuais. Isso porque uma das vias de transmissão, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é o contato próximo, especialmente com as lesões na pele provocadas pela doença.
No mesmo dia, a organização confirmou uma situação "atípica", mas julgou possível deter a transmissão da doença entre humanos. A varíola dos macacos é uma versão semelhante à varíola erradicada em 1980, embora mais rara, mais leve e com a transmissão entre pessoas mais difícil de acontecer.
Ela é endêmica em 11 países da África Ocidental e Central, onde costuma ser passada de animais, principalmente roedores, para humanos. O aparente contágio mais fácil agora entre pessoas intriga os cientistas.
Os sintomas costumam ser uma forte febre e evoluir rapidamente para erupções cutâneas com formação de crostas. Segundo a OMS, eles duram entre 14 e 21 dias.
Dados mostram que as vacinas utilizados para erradicar a varíola tradicional, em 1980, são até 85% eficazes contra essa versão. As autoridades de saúde britânicas já começaram a oferecer o imunizante a profissionais de saúde e pessoas que podem ter sido expostas ao vírus. Diversas nações também garantiram doses da vacina durante a semana.
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