É comum ouvir a frase "beber uma taça de vinho todos os dias faz bem". O consumo em doses moderadas é recomendado por diversos profissionais da saúde para quem já tem o hábito de consumir bebidas alcoólicas. As propriedades, por ser extraída da uva, têm importantes atuações no organismo e podem ser até uma proteção para doenças cardiovasculares.
A endocrinologista Aline Nabuco explica que o vinho é composto por substâncias fenólicas e flavonoides que têm funções antioxidantes e anti-inflamatórias. Assim, a bebida pode reduzir o risco de uma pessoa desenvolver trombose, por exemplo.
"Existem estudos observacionais que demonstram que, por causa dessas substâncias, o consumo moderado do vinho pode ser uma proteção para doenças cardiovasculares", afirma Aline.
Aline explica que uma das evidências que suportam essa teoria é o chamado "Paradoxo Francês". No país, os índices de consumo de gordura saturada e de tabagismo são altos, mas as taxas de incidência de doenças cardiovasculares não são expressivas. Assim, fortalece a hipótese de que o consumo de vinho tinto por grande parte da população funciona para prevenir o aparecimento dessas condições.
Qual é o melhor vinho para a saúde?
O tipo da bebida mais indicada é o vinho tinto seco. A endocrinologista esclarece que as substâncias com as propriedades benéficas da bebida estão presentes na casca e na semente da uva. No preparo do vinho tinto, essas partes da fruta são mais utilizadas do que no branco e no rosé, o que confere a ele maiores propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Além disso, dentre os tintos, a recomendação é que se consuma o seco, que tem menor quantidade de açúcar e carboidratos.
É recomendado beber vinho todos os dias?
A recomendação das sociedades médicas é de que o consumo deve ser de uma dose por dia para as mulheres e duas para os homens, totalizando sete doses por semana para o primeiro grupo e 14 para o segundo. De acordo com a Associação Dietética Americana, a quantidade é medida como uma fração que contabilize 14g de álcool, mas outras instituições apontam um valor de referência que pode variar de 8g a 20g. Utilizando 14g como base, essa é a quantidade encontrada em aproximadamente 150ml de vinho, mas a quantidade exata varia de acordo com percentual alcoólico da uva e da marca escolhidas.
"O ideal é que o vinho seja ingerido acompanhado de uma refeição, e não de estômago vazio. Eu recomendo para os meus pacientes que tomem à noite, por ser um momento de relaxamento antes de dormir. Mas pode também ser consumido na hora do almoço, se for da preferência da pessoa", orienta Aline.
A endocrinologista também explica que não há problema consumir mais de uma dose de uma vez, desde que o limite de três doses para mulheres e quatro para homens seja respeitado. Se você não gosta de vinho, o champanhe também pode ser uma boa opção, já que também é produzido a partir da uva.
O consumo de vinho pode fazer mal?
Aline destaca também que não há problemas para pessoas diabéticas consumirem álcool, desde que estas façam o tratamento adequado e tenham seus índices glicêmicos e de insulina controlados. Por ter uma quantidade menor de açúcares e carboidratos do que outras bebidas, como a cerveja e os licores, é com frequência uma orientação para diabéticos.
Assim como toda bebida alcoólica, a ingestão descontrolada pode acarretar diversos problemas, principalmente sobrecarga ao sistema hepático. É importante prestar atenção nas quantidades recomendadas, e vale reforçar que o consumo diário só é indicado para aqueles que já têm o hábito de ingerir bebidas alcoólicas.
"Se uma pessoa busca prevenir doenças cardiovasculares e não tem o hábito de consumir bebidas alcoólicas, a dose diária de vinho não é indicada. Nesse caso, vale mais a pena investir em uma alimentação adequada e uma rotina de exercícios físicos", finaliza a médica.
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