Medicamentos que tem como princípio ativo a losartana estão entre os mais indicados e usados no Brasil para o tratamento de pressão alta (hipertensão arterial) e insuficiência cardíaca, reduzindo o risco de derrame e infarto.
Mas, na semana passada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a interdição e recolhimento de alguns lotes desses.
Segundo a agência, a medida foi tomada devido a "presença da impureza 'azido' em concentração acima do limite de segurança aceitável". A decisão provocou dúvidas em pacientes que usam esses remédios. O GLOBO ouviu especialistas para saber quais são as alternativas à losartana.
O cardiologista Luciano Drager, diretor de promoção e pesquisa da SOCESP (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo) e presidente da Associação Brasileira do Sono, diz que existem várias classes de medicamento disponíveis para o tratamento da hipertensão que podem substituir a losartana.
Entretanto, ele ressalta que a troca só deve ser feita pelo médico e que não há necessidade de trocar a losartana devido a esse recolhimento anunciado pela Anvisa.
"Apenas alguns lotes foram afetados. Não existe a necessidade de trocar a losartana de todo mundo, mas existem opções, caso o médico ache necessário", diz Drager.
Ele também reforça que os resíduos potencialmente tóxicos encontrado no medicamento não são por causa da losartana em si, mas do processo de fabricação, o que pode ser modificado.
"É preciso mencionar também que é um risco baixo de exposição e que esse mesmo problema já foi verificado em outros remédios da mesma classe da losartana", ressalta o cardiologista.
O médico Antonio Carlos do Nascimento, doutor em endocrinologia pela Faculdade de Medicina da USP, diz que o telmisartan, a valsartana e a candesartana são os medicamentos mais utilizados como alternativa à losartana, já que pertencem à mesma classe farmacêutica, chamada de bloqueadores de receptores de angiotensina.
"É preciso mencionar que a losartana é subsidiada pelo governo, enquanto as alternativas de mesma classe farmacêutica não os são", diz Nascimento.
Em comunicado, a Anvisa também ressalta que o recolhimento dos lotes não impacta o tratamento, visto que há outros lotes de losartanas no mercado que podem substituir os medicamentos recolhidos ou interditados.
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