Nova pílula antirressaca também reduz a sensação de embriagu
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Nova pílula antirressaca também reduz a sensação de embriagu

O início das vendas da Myrkl, pílula antirresaca desenvolvida pela empresa De Faire Medical, no Reino Unido, tem despertado interesse em diversas pessoas que buscam uma forma de aproveitar os benefícios das bebidas alcoólicas sem as consequências incômodas do dia seguinte.

Mas, como esse potencial é atribuído a uma redução na absorção do álcool pelo corpo, muitos têm se perguntado se isso leva também a uma menor sensação de embriaguez.

A endocrinologia Andressa Heimbecher, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), explica que de fato a atuação da pílula deve levar também à redução das sensações causadas pelo álcool, uma vez que ele não é absorvido completamente pelo sangue e, com isso, também não chega completamente ao cérebro.

"Quando as moléculas do álcool são quebradas ainda no intestino, elas saem pelas fezes e pela urina e não são absorvidas", explica a médica.

Isso acontece porque o objetivo da pílula é que as bactérias boas — chamadas de probióticos — presentes no suplemento consigam quebrar as moléculas do álcool no intestino antes que elas cheguem ao fígado, onde normalmente são metabolizadas num processo que libera acetaldeído e ácido acético, substâncias responsáveis pelos sintomas da ressaca.

No entanto, essa menor circulação da substância no sangue também diminui a quantidade que chega ao cérebro, local onde produz os efeitos da bebedeira.

No estudo, a ingestão da pílula de uma a doze horas antes do consumo das bebidas alcoólicas levou a uma redução de 70% nos níveis de álcool do sangue em cerca de uma hora da primeira dose.

Andressa explica que isso pode levar a uma necessidade maior de álcool para os que bebem pois desejam sentir-se embriagados. Porém, destaca que faltam estudos mais amplos sobre até quanto de álcool o comprimido conseguiria degradar.

"Porque isso também envolve quantidades, e a pílula não deve conseguir quebrar todas as doses de álcool ingeridas", complementa a endocrinologista.

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