O Brasil confirmou 1.066 casos de varíola dos macacos (ou monkeypox) até esta quinta-feira, mostra o último boletim do Ministério da Saúde. Também há 513 suspeitos e outros 597 foram descartados. O total subiu 75,6% em uma semana, quando havia 607 infectados.
O dado atende a projeções do GLOBO, que mostrava que o Brasil bateria a marca dos 1000 casos da doença no fim de julho — sete semanas após o primeiro diagnóstico. Com o espalhamento do vírus, o total deve dobrar em agosto.
A quantidade se concentra em São Paulo, que tem 823 infectados, o correspondente a 77,2%. O Rio de Janeiro ocupa o segundo lugar entre os estados — são 124 diagnósticos (11,6%) — e Minas Gerais, o terceiro, com 44 casos (4,1%). Não há mortes registradas no país.
Nesse cenário, a Região Sudeste reúne a grande maioria dos registros. Já o Norte tem dois casos, registrados no Acre e em Tocantins. Só Rondônia, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Maranhão, Piauí, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul não confirmam diagnósticos até o momento.
Dados do “Our World in Data”, que compila números oficiais dos governos, colocam o Brasil em sétimo no ranking mundial de varíola dos macacos, ultrapassando Canadá, Portugal e Itália. O país está atrás apenas de Espanha, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França e Holanda. O crescimento da doença em território nacional ocorre de forma semelhante a locais como os EUA.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou a monkeypox à categoria de emergência em saúde pública — a mesma da Covid-19 — no último sábado dado o aumento exponencial de casos.
Após O GLOBO mostrar que o Brasil não dispunha de estratégia coordenada para enfrentar a varíola dos macacos a doença, o Ministério da Saúde acaba de anunciar a criação de um comitê de emergência — dias após extinguir a sala de situação que monitorava a doença.
O país não dispõe de vacinas e de medicamentos contra varíola dos macacos. O ministério planeja comprar 50 mil doses por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), representante da OMS nas Américas, para imunizar profissionais de saúde. A expectativa é que os imunizantes cheguem ainda neste ano.
Entre os remédios, o aval mais recente perdeu a validade em 2010. Com isso, o tratamento se concentra no alívio dos sintomas — como febre e erupção cutânea — e no isolamento dos pacientes. A transmissão ocorre, sobretudo, no contato direto com infectados.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também implantará o Comitê Técnico da Emergência Monkeypox para agilizar possíveis autorizações a vacinas e a medicamentos contra a enfermidade. Segundo a autarquia, o grupo deve permanecer em vigor enquanto durar a emergência em saúde pública.