4 em 10 brasileiros têm colesterol alto; saiba os riscos e sintomas
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4 em 10 brasileiros têm colesterol alto; saiba os riscos e sintomas

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), cerca de 40% dos adultos no Brasil têm um diagnóstico de colesterol alto. Na população geral, a prevalência também é alarmante: na última pesquisa Vigitel do Ministério da Saúde que perguntou aos brasileiros sobre a dislipidemia – elevação de colesterol e gorduras no sangue –, 22,6% respondeu ser acometido pelo quadro.

O alto número de pessoas vivendo com o problema no país preocupa, uma vez que se trata de uma das principais causas para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, explica a endocrinologista da Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro, Graziella Mendonça.

"O colesterol elevado no sangue aumenta risco de doenças cardiovasculares como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e doença arterial periférica. Então é importante fazer a consulta com o médico que irá avaliar os exames de sangue de rotina e a presença de fatores de risco, como obesidade, diabetes, hipertensão arterial, tabagismo e presença de histórico familiar", diz a especialista.

Para alertar sobre os riscos do excesso do colesterol no organismo, nesta segunda-feira é comemorado o Dia Nacional de Prevenção e Controle do Colesterol no Brasil.

Fala-se em controle porque o colesterol em si não é danoso, mas sim um lipídio essencial na formação da membrana de todas as células do corpo. Ele é 70% produzido no fígado, e os demais 30% são adquiridos pela alimentação. O problema é o excesso.

O colesterol é dividido principalmente em dois tipos: as Lipoproteínas de baixa densidade (LDL), chamadas de “colesterol ruim”, e as Lipoproteínas de alta densidade (HDL), ou “colesterol bom”.

Porém, por não serem dissolvidos no organismo, esses compostos circulam nos vasos sanguíneos, e fatores como obesidade e uma dieta rica em gordura elevam a produção do LDL. Esse tipo de colesterol é considerado danoso porque em excesso se deposita nas paredes das artérias e pode, a longo prazo, causar a sua obstrução.

Esse quadro, chamado de aterosclerose, impede a oxigenação das regiões irrigadas por aquele vaso sanguíneo, o que provoca o infarto ou outros problemas cardiovasculares. Quando esse entupimento acontece numa artéria do cérebro, por exemplo, ocorre o acidente vascular cerebral (AVC).

Por isso, quanto mais elevado o nível de LDL – que pode ser observado por um exame de sangue –, maior é o risco de desenvolver uma doença cardíaca. O ideal é que a taxa fique abaixo de 130 mg/dl. Já o HDL atua de forma contrária.

Ele ajuda a remover as placas de LDL formadas nos vasos sanguíneos, “limpando” as artérias da gordura prejudicial. Portanto, quanto mais elevado o nível do HDL, melhor. O ideal é que esteja acima de 40 mg/dl.

Além de fatores de estilo de vida, o excesso de colesterol no sangue também pode ser decorrente de causas genéticas. Por isso, o médico avalia cada caso de forma individual. Na maioria dos pacientes com colesterol alto, é possível reverter o cenário com práticas como atividades físicas e mudanças na alimentação. Porém, alguns precisam de ajuda medicamentosa, com as estatinas – remédio que auxilia na redução do composto no sangue.

Não há sintomas que indiquem o acúmulo propriamente dito do LDL nos vasos sanguíneos, porém, quando o quadro começa a provocar danos na circulação sanguínea, o corpo passa a dar sinais. As manifestações são ligadas aos problemas cardiovasculares que estão sendo desenvolvidos, portanto falta de ar, dores no peito, palpitações são alguns dos problemas a que é preciso se estar atento.

No entanto, sintomas do tipo sinalizam uma já evolução do colesterol alto para suas consequências perigosas para a saúde do coração. A melhor estratégia, portanto, é a prevenção. Para isso, é importante uma rotina com atividades físicas, alimentação balanceada e a realização de exames de rotina que monitorem o índice quando o médico solicitar.

"Recomenda-se a avaliação de risco cardiovascular e determinação do colesterol sanguíneo em todos os indivíduos com mais de 20 anos de idade, essa avaliação deve ser repetida a cada 5 anos desde que não apareçam fatores de risco. A melhor forma de prevenir o aumento do colesterol no sangue é manter uma alimentação saudável rica em fibras, como cereais integrais, verduras e frutas. Reduzir o consumo de alimentos de origem animal, como carnes e queijos amarelos, dando preferência para carne branca e peixe. Além disso, manter exercício físico regular com duração de ao menos 150 minutos por semana", orienta a endocrinologista.

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