Em entrevista exclusiva publicada nesta terça-feira, o cantor e compositor Djavan revelou ao GLOBO que teve tremor essencial. A condição também já afetou Caetano Veloso e outras celebridades, como a atriz Katherine Hepburn e o ator Rob Mallard, que interpreta o personagem Daniel Osbourne em Coronation Street.
Mas afinal, o que é tremor essencial? A condição é considerada o transtorno de movimento mais comum do mundo e ocorre até 6% da população, dependendo do estudo e da etnia. Embora possa aparecer em qualquer idade - Mallard foi diagnosticado aos 14 anos - a incidência é maior entre idosos.
Apesar de ser relativamente comum, sua causa exata ainda é desconhecida. Sabe-se, no entanto, que há um forte componente genético: cerca de 50% dos casos ocorrem em pessoas que tem histórico familiar.
O tremor essencial é uma doença neurológica caracterizada por um tremor incontrolável, que ocorre principalmente durante o movimento, em diferentes partes do corpo. As áreas mais afetadas são geralmente mãos, braços, cabeça, laringe, língua e queixo. O acometimento das penas é menos comum, mas pode ocorrer quando as mãos e o restante do corpo já apresenta o tremor.
A doença em si não gera uma ameaça à vida do paciente. A maioria das pessoas é capaz de viver normalmente com esta condição. Por outro lado, ela pode impactar negativamente em sua qualidade de vida, já que interfere eu sua autonomia e autocuidado, ao gerar dificuldade na realização de atividades diárias como comer, se vestir ou escrever. Quando os tremores se agravam, ela pode se tornar incapacitante.
Há ainda a questão do estigma, pois a doença é frequentemente confundidos com Parkinson e outras condições neurológicas. É o que aconteceu com o cantor e compositor Caetano Veloso. Quando ele apareceu com as mãos tremendo enquanto dedilhava o violão na live que fez junto com os filhos em 2020, muita gente se perguntou se ele havia desenvolvido a doença.
O diagnóstico é feito com base na história familiar, no tipo de tremor e no exame neurológico completo. Se os sintomas forem leves, pode não haver necessidade de tratamento. Mas quando o tremor se intensifica e interfere na capacidade funcional ou social do paciente, é possível melhorar os sintomas com medicamentos. Em casos resistentes ou em que a medicação é contra-indicada, a estimulação cerebral profunda pode haver indicação de cirurgia.
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