O autismo e outras síndromes relacionadas, como a de Asperger, afeta uma em cada 100 crianças no Reino Unido. O número é ainda maior nos Estados Unidos onde uma a cada 44 crianças têm a condição — o índice é dez vezes maior do que há 30 anos. Embora haja tratamentos, testes psicológicos e remédios que possam ser administrados para melhorar os sintomas, não há cura.
Um estudo feito por cientistas americanos, porém, que está sendo considerado o maior da área, mostrou um avanço no entendimento da doença. Eles analisaram o DNA de 150 mil participantes, sendo que 20 mil deles haviam sido diagnosticados com autismo. Os pesquisadores identificaram ao menos 72 genes que estão fortemente ligados à condição e outros 252 com associações menores.
“Neste estudo sem precedentes, conseguimos reunir vários tipos de mutações em uma ampla variedade de amostras para obter uma noção muito mais rica dos genes e da arquitetura genética envolvida no autismo. Isso é significativo porque agora temos mais insights sobre a biologia das mudanças cerebrais subjacentes ao autismo e mais alvos potenciais para tratamento”, afirmou Joseph Buxbaum, coautor do estudo e diretor do centro de pesquisa e tratamento de autismo de Nova York.
Os genes ligados ao autismo tendem a afetar os neurônios maduros, ou seja, aqueles que não podem mais se dividir ao contrário de outros neurônios e aparecem no início do desenvolvimento. Por exemplo, os genes relacionados a atrasos no desenvolvimento são mais propensos a serem ativos durante o desenvolvimento de um neurônio.
Buxbaum defende que, para esses casos, deve-se ter uma “medicina de precisão”. Ou seja, os pacientes devem ser geneticamente testados para o autismo no intuito de ajudar a desenvolver novos medicamentos que “beneficiem famílias e indivíduos em risco de transtorno do espectro do autismo”, disse.
Entre no canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o perfil geral do Portal iG.