No último mês, o candidato a presidência Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, tem chamado a atenção nas redes sociais por uma característica inusitada: a voz muito rouca, por vezes falhada durante os discursos, debates e entrevistas. Ontem, em meio ao debate na TV Bandeirantes, a sensação era de ele por vezes perder o fôlego. Logo depois do programa, “voz do Lula” chegou ao maior volume de buscas já registrado em relação ao termo, para se ter uma ideia. O assunto rende por um motivo claro: em 2011, Lula teve em câncer de três centímetros de diâmetro na laringe, que o fez passar por mais de 30 sessões de quimioterapia.
O problema na voz, no entanto, não tem qualquer relação com o tumor. Lula se livrou da doença e faz checkups rotineiros que confirmam a cura. O último deles foi realizado em 16 de março deste ano no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Foi submetido a tomografia, ressonância magnética e uma laringoscopia, o mesmo exame que detectou o câncer há 11 anos. Realizado com leve anestesia, o procedimento rastreia e fotografa a região da garganta por meio de um aparelho flexível introduzido pelo nariz.
"Lula tem a saúde de um touro", afirma Roberto Kalil, diretor-geral do centro de cardiologia do Sírio-Libanês e médico do ex-presidente há 30 anos.
São dois os problemas que estão afetando a voz do ex-presidente. Um deles é ele não fazer regulamente as sessões de fonoaudiologia, indicadas pelos médicos para manter a potência vocal. Em maio deste ano, chegou a retomar as sessões. Em junho parou. De julho para cá, vem fazendo os exercícios de voz de uma a duas vezes por semana, o que é muito pouco. A frequência ideal para ele é diária.
Lula também sofre de refluxo gástrico crônico, que inflama e machuca as cordas vocais. Toma remédio, mas a alimentação que ficou mais desregrada com o início da campanha agravou o problema. À noite, costuma trocar refeições mais leves por pizza, por exemplo.
Há poucos meses engordou cinco quilos, o que piora o refluxo gástrico e, consequentemente, nas cordas vocais. Mas o peso extra foi perdido recentemente. Lula toma semaglutida, um remédio para emagrecer de última geração, que promove a saciedade, diminuindo a fome, com pouquíssimos efeitos colaterais.
A agenda cheia não o fez parar com um hábito adquirido há anos, a atividade física. Lula faz em casa, pela manhã, bicicleta ergométrica, musculação e alongamento.
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