O Ministério da Saúde confirmou a morte de 831 pessoas por dengue no Brasil em 2022, o que representa 3,3 vezes mais vítimas do que em 2021. Com a explosão de óbitos, este já é o terceiro pior ano do país na última década, atrás de 2015 e de 2019. Na média, é como se a doença matasse 25 brasileiros a cada semana.
Sozinho, São Paulo responde por três em cada dez mortos por dengue: são 253, ao todo. A lista segue com Goiás, que tem 106 vítimas, e Paraná, com 95, mostra o último boletim epidemiológico da pasta. Santa Catarina e Rio Grande do Sul registram 88 e 66 óbitos cada. O montante ainda pode aumentar, porque existem 295 mortes em investigação.
O país ultrapassou 1,3 milhão de casos neste ano, o que leva à incidência de 623,2 casos por 100 mil habitantes. Houve pelo menos 1.279 casos de dengue grave (DG) — que podem incluir disfunções no coração, nos pulmões, nos rins, no fígado e no sistema nervoso central (SNC) — e 15.931 com sinais de alarme (DSA). Nesse cenário, os sintomas podem evoluir para dor abdominal, vômito persistente, desidratação, tontura forte e sangramento nas mucosas, por exemplo.
Duas regiões têm incidência acima da média. Centro-Oeste continua a ser mais afetada, com 1.851,4 casos por 100 mil habitantes — o triplo da média nacional. Já o Sul tem incidência de 1.022 casos por 100 mil habitantes. O boletim epidemiológico, publicado nesta segunda-feira, reúne dados das 33 primeiras semanas epidemiológicas deste ano, isto é, de 2 de janeiro até 22 de agosto.
A dengue é uma doença cíclica — que cresce em número de casos e de mortes periodicamente — e prevalente em regiões tropicais. O avanço dos casos nos últimos dois anos tem relação com a pandemia. O isolamento imposto à população ao longo do ano passado reduziu a circulação do vírus da dengue, derrubando o número de casos e, consequentemente, de óbitos causados por ela.
Os sintomas clássicos de dengue incluem febre abrupta, geralmente de 39°C a 40°C, e dores de cabeça, no corpo, nas articulações e ao redor dos olhos. Também é comum surgirem manchas vermelhas na pele, chamadas de exantema. Há, ainda, a possibilidade de ocorrer anorexia, enjoo e vômito.
Sem vacina para o público-geral, os holofotes recaem sobre a prevenção. O combate ao mosquito, vetor de transmissão do vírus, em focos de água parada, como pneus, calhas e vasos de plantas.
Os imunizantes, por sua vez, só podem ser aplicados em clínicas particulares e em pessoas que já se infectaram anteriormente. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu autorização à faixa etária de 9 a 45 anos. Como mostrou O GLOBO, novos imunizantes em desenvolvimento podem ampliar as fronteiras para evitar a doença.
Entre as ações da pasta de combate à dengue, estão a capacitação de profissionais e o envio de larvicidas e de inseticidas aos estados.
Entre no canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o perfil geral do Portal iG.