Uma pesquisa feita por economistas do Reino Unido, Estados Unidos e Cingapura apontou que a crise da meia-idade é real. Publicado pelo Departamento Nacional de Pesquisa Econômica , dos EUA, o estudo indica que pessoas na faixa etária entre 40 e 50 anos chegam ao pico do estresse no trabalho , se sentem mais sobrecarregadas no emprego e apresentam uma elevação das taxas de insônia , dores de cabeça , ansiedade e depressão .
No estudo, os cientistas disseram que “algo elementar parece estar dando errado no meio da vida de muitos de nossos cidadãos”.
Classificado pelos pesquisadores como “paradoxo perturbador”, esses sentimentos ocorrem ao mesmo tempo em que as pessoas deveriam teoricamente ser mais felizes, com salários em alta e quase nenhum problema de saúde ocasionado pelo envelhecimento. Os autores do trabalho disseram que o fenômeno pode ser parcialmente atribuído às pessoas que sentem que não conseguiram atingir os principais objetivos de vida.
Para a pesquisa, os cientistas reuniram dados de 500 mil pessoas em países como Reino Unido, Estados Unidos e Austrália. Os registros sobre saúde e bem-estar foram coletados ao longo de várias décadas.
Ao analisar os dados, eles observaram um padrão em todos os fatores de risco, onde as pessoas na faixa dos 40 e 50 anos eram mais propensas a relatar pressões de saúde mental e infelicidade do que seus colegas mais jovens ou mais velhos. As pessoas na meia-idade foram duas vezes mais propensas a sofrer de depressão do que as pessoas com mais de 60 anos e aquelas com menos de 25 anos.
O risco de suicídio atingiu o pico aproximadamente no início dos 50 anos, embora os autores tenham notado que isso foi um pouco mais cedo para as mulheres do que para os homens. As internações hospitalares por distúrbios do sono atingiram o ponto máximo na quinta década e as pessoas na meia-idade relataram o menor número de horas de sono por noite, mesmo para aqueles sem filhos.
Outro estudo com 18 mil adultos encontrou relatos de dores de cabeça incapacitantes, um indicador de depressão e ansiedade, que também atingiram o pico na meia-idade. Os autores não chegam a dizer o que causa ou desencadeia a crise da meia-idade, dizendo que “ainda há muito a ser entendido” sobre o fenômeno psicológico.
Algumas pesquisas anteriores indicaram que chimpanzés e orangotangos sofrem uma forma de "baixa psicológica da meia-idade", o que pode indicar que há algum gatilho biológico para uma crise de meia-idade em primatas.
Mas outros estudos oferecem alguma esperança de que o período de baixa da crise da meia-idade passe. Uma pesquisa de 2020 descobriu que, depois de cair na meia-idade, a felicidade volta a subir à medida que envelhecemos, com pessoas na faixa dos 70 anos sendo tão felizes quanto alguém na faixa dos 20 anos.
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