Varíola dos macacos
OMS/Divulgação
Varíola dos macacos

O ministro da Saúde , Marcelo Queiroga , afirmou em entrevista ao programa Brasil Em Pauta, da TV Brasil, ontem à noite, que os casos de varíola dos macacos no país estão numa fase de estabilidade com queda .

"No mundo inteiro o surto tem diminuído, a velocidade de progressão dos casos é menor e nós estamos numa fase de platô com queda. Então esperamos que esse surto seja controlado", disse Queiroga.

De fato, os novos diagnósticos do vírus monkeypox têm deixado de crescer em âmbito nacional, embora ainda não demonstrem estar desacelerando. De acordo com a plataforma de dados da Universidade John Hopkins, dos Estados Unidos, Our World in Data, no último dia 16 o Brasil contabilizava uma média móvel de 119 novos casos por dia. O número é 14% maior que os 104 registrados duas semanas antes – variações de até 15% indicam estabilidade.

Segundo o último boletim do Ministério da Saúde , deste domingo, hoje são 6.869 pessoas infectadas com a varíola símia no país, além de dois óbitos registrados em Minas Gerais e no Rio de Janeiro em indivíduos imunossuprimidos. Há ainda 5.776 suspeitas em análise.

No cenário mundial, os casos da doença estão em queda de forma clara. De acordo com o Our World in Data, no último dia 16 a média móvel global era de 581 novas contaminações por dia. Já no dia 3, duas semanas antes, o índice era de 728 – uma diminuição de 20%.

Essa redução é puxada por países que já avançam na vacinação desde junho, como nações europeias e os Estados Unidos, que vivem quedas mais significativas nos novos diagnósticos. No país norte americano, epicentro da doença no mundo com mais de 23 mil pessoas infectadas, por exemplo, a queda na média móvel de novos casos no mesmo período, entre 3 e 16 de setembro, foi de 37%.

Na entrevista à TV Brasil, Queiroga falou sobre a chegada dos imunizantes no Brasil. O ministro confirmou a previsão de que as primeiras doses da vacina contra o vírus monkeypox cheguem ainda neste mês, destinadas inicialmente a profissionais da saúde que trabalham no atendimento a pessoas contaminadas e contatos próximos de infectados.

"Não há recomendação, no momento, para a vacinação em massa", lembrou Queiroga em relação às orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A compra dos imunizantes com o laboratório dinamarquês Bavarian Nordic é conjunta com outros países americanos, intermediada pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), braço da OMS . Nessa primeira leva, são previstas 50 mil unidades para o Brasil. Como o esquema é de duas aplicações, o contingente alcança apenas 25 mil pessoas.

Porém, novos estudos têm indicado que o imunizante pode ser aplicado de outra maneira, que utiliza uma quantidade menor da vacina e, por isso, aumenta a oferta de doses, pontuou o ministro.

Queiroga falou ainda sobre o desenvolvimento de um imunizante nacional para a varíola símia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) a partir da doação recente do material biológico para dar origem à vacina pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos. A previsão, segundo o titular da pasta da Saúde, é de que a aplicação brasileira esteja operacional no segundo semestre do ano que vem.

"É algo que está trabalhado, em pesquisas. Já recebemos a Universidade Federal de Minas Gerais, que nós chamamos de semente, que depois gera a produção do IFA (Insumo Farmacêutico Ativo), e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocrux), através de Bio-Manguinhos, tem capacidade de fazer escala. Mas isso é se houver uma indicação de vacinação para um grupo maior de pessoas", afirmou o ministro.

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