Solidão e não ser feliz podem envelhecer o relógio biológico das pessoas em até um ano e oito meses mais velho, segundo estudo feito pela Universidade de Standford nos EUA
Tomaz Silva/Agência Brasil
Solidão e não ser feliz podem envelhecer o relógio biológico das pessoas em até um ano e oito meses mais velho, segundo estudo feito pela Universidade de Standford nos EUA

Solidão e infelicidade podem envelhecer o relógio biológico das pessoas em até um ano e oito meses mais velho, segundo estudo feito pela Universidade de Standford nos Estados Unidos em parceria com a Deep Longevity, uma empresa chinesa. Como medida de comparação, as duas emoções negativas são piores à saúde de uma pessoa do que fumar , visto que o tabagismo acelera o envelhecimento em um ano e três meses.

O estudo se baseou nos dados de mais de 12 mil adultos chineses, todos eram de meia-idade, e cerca de um terço tinham condições subjacentes importantes como doenças pulmonares, câncer e chegaram a sobreviver a acidentes vasculares cerebrais. Os participantes foram então pareados por idade cronológica e sexo, e tiveram seus resultados comparados para estabelecer quais estavam envelhecendo mais rápido.

Sentir-se solitário ou infeliz aumentava a idade biológica em até um ano e oito meses, o que foi o maior preditor de um declínio biológico mais rápido. Em seguida veio o tabagismo, apenas cinco meses de diferença. Ser do sexo masculino também era uma predisposição para envelhecer mais rápido. Assim como morar em uma área rural, devido às condições mais duras dos trabalhadores, como fábricas e menos hospitais e consultórios médicos.

Não se casar, que também está ligado a uma morte precoce, aumenta a idade de alguém em até quatro meses.

A pesquisa também mostrou que danos ao relógio biológico do corpo aumentam os riscos de Alzheimer, diabetes, doenças cardíacas e câncer. Especialistas acreditam que a inflamação crônica causada pela infelicidade causa danos às células e órgãos vitais.

“Os estados mentais e psicológicos são alguns dos preditores mais robustos de resultados de saúde - e qualidade de vida - e, no entanto, foram omitidos dos cuidados de saúde modernos”, afirma Manuel Faria, autor do estudo.

O estudo analisou apenas adultos de meia a idade avançada, o que significa que não está claro se os resultados são transferidos para grupos etários mais jovens. Entretanto, com a pandemia do coronavírus, é nítido que há mais pessoas infelizes, solitárias e com altos níveis de ansiedade e depressão.

Nos Estados Unidos, um terço dos americanos diz se sentir “seriamente” solitário, de acordo com uma pesquisa da Harvard, enquanto cerca de 8% afirmam sofrer de depressão todos os anos.

No Brasil, de acordo com a Pesquisa Vigitel 2021, um dos mais amplos inquéritos de saúde do país, em média, 11,3% dos brasileiros relataram ter recebido um diagnóstico médico de depressão.

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