Identificação da doença é mais difícil na fase inicial
Robina Weermeijer / Unsplash
Identificação da doença é mais difícil na fase inicial

Pesquisadores da Universidade de Cambridge , no Reino Unido, publicou um recente estudo na revista científica Alzheimers & Dementia em que identificaram que é possível identificar sinais de comprometimento cerebral nove anos antes do diagnóstico oficial do Alzheimer .

Antes do estudo, não era possível identificar mudanças na função cerebral até o começo do início de sintomas mais característicos da doença. Porém, segundo a equipe, pequenos sinais podem ser vistos, como dificuldades para se recordar de números.

"Quando analisamos as histórias dos pacientes, ficou claro que eles estavam apresentando algum comprometimento cognitivo vários anos antes de seus sintomas se tornarem óbvios o suficiente para levar a um diagnóstico. As deficiências eram muitas vezes sutis, mas em vários aspectos da cognição. Este é um passo para que possamos rastrear pessoas que correm maior risco - por exemplo, pessoas com mais de 50 anos ou que têm pressão alta ou não fazem exercícios suficientes - e intervir em um estágio inicial para ajudá-los a reduzir o risco ", explicou Nol Swaddiwudhipong, primeiro autor do estudo e médico da Universidade de Cambridge.

A conclusão foi feita pelo Biobank do Reino Unido, um banco de dados biomédico. O órgão é responsável por colher informações sobre os diagnósticos de saúde e também fazer testes, como resolução de problemas, memória, tempos de reação, entre outras coisas.

Todos esses dados serviram para que o grupo de pesquisadores pudesse fazer o estudo. Eles identificaram que os primeiros sinais da doença apareceram entre cinco e nove anotes antes do diagnóstico.

Os resultados apontaram que as pessoas que desenvolveram Alzheimer tiveram péssimos desempenhos em atividades como resolução de problemas, tempos de reação, lembrar listas de números, memória prospectiva e correspondência de pares. Esse grupo também teve quem desenvolvesse uma rara demência, chamada de frontotemporal.

Tim Rittman, do Departamento de Neurociências Clínicas da Universidade de Cambridge e autor, destacou que as pessoas não precisam ficar preocupadas por terem dificuldade para lembrar números.

“Mas encorajamos qualquer pessoa que tenha alguma preocupação ou perceba que sua memória ou lembrança está piorando a falar com seu médico", destacou.

O estudo também serve para que pessoas com essas características procurem participar dos ensaios clínicos para novos tratamentos em potencial.

“O problema com os ensaios clínicos é que, por necessidade, eles geralmente recrutam pacientes com diagnóstico, mas sabemos que, a essa altura, sua condição não pode ser interrompida. Se pudermos encontrar esses indivíduos cedo o suficiente, podemos ter uma chance melhor de ver se as drogas são eficazes", completou.

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