Um levantamento da Fiocruz concluiu que, em 2021, o número de internações de bebês com desnutrição no Brasil foi o maior dos últimos 14 anos. Foram registradas 113 internações a cada 100 mil nascimentos de bebês de até 1 ano com insuficiência de nutrientes, desidratados e com quadros de infecção.
O estudo foi realizado pelo Observatório de Saúde na Infância, ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e à Unifase, e foram divulgados em primeira mão pelo Estadão.
Segundo a pesquisa, em números absolutos, 2.939 crianças de até 1 ano foram hospitalizadas por quadros associados à desnutrição em 2021. Isso representa uma taxa de 113 internações por 100 mil nascimentos, quase 11% a mais do registrado em 2008, primeiro ano do período analisado pela pesquisa.
Neste ano, de janeiro a agosto, o número de internações teve um aumento de 7%. Por dia, são quase nove crianças levadas ao hospital porque têm fome.
De acordo com a análise da Fiocruz, a situação é mais preocupante no Nordeste, onde o número de hospitalizações está 51% maior do que a taxa nacional.
O número de internações no Nordeste vai de encontro com o índice de crianças em condições de insegurança alimentar na região, conforme levantamento da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, a Rede Penssan.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), quadros de desnutrição impactam diretamente no desenvolvimento das crianças, tanto em questões de crescimento, quanto prejuízos no sistema imunológico e maior vulnerabilidade para doenças infecciosas e crônicas na fase adulta.
Apesar do aumento dos casos de hospitalização causado pela desnutrição, os casos de mortalidade continuam em queda desde 2008. Segundo o estudo da Fiocruz, isso pode ser explicado pelo atendimento via SUS, que impede que os quadros de desnutrição evoluam para quadros mais complexos e fatais.
Entre no canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o perfil geral do Portal iG.