Covid-19
Julia Braun - Da BBC News Brasil em São Paulo
Covid-19

Cientistas da Universidade Duke, de Harvard e da Califórnia descobriram o mecanismo causador da perda de olfato em pacientes que foram contaminados pela Covid-19.  O estudo publicado na revista científica Science Translational Medicine constata a existência de uma reação imunológica contínua no epitélio olfativo, região localizada fica nas fossas nasais e que é responsável por identificar odores.

O processo provoca diminuição dos neurônios sensoriais olfativos, fato que altera a capacidade de sentir os cheiros. Os pesquisadores apontam que esse foi o primeiro estudo a avaliar o impacto da perda do olfato a longo prazo e em indivíduos que permaneciam com o problema mesmo depois da doença.

"Um dos primeiros sintomas normalmente associados à infecção por Covid-19 é a perda do olfato. Felizmente, muitas pessoas que têm um olfato alterado durante a fase aguda da infecção viral recuperam o olfato nas próximas uma a duas semanas, mas alguns não. Precisamos entender melhor por que esse subconjunto de pessoas terá perda de olfato persistente por meses a anos após ser infectado com Sars-CoV-2”, diz o professor do departamento de Neurobiologia da Universidade Duke, Bradley Goldstein.


Os cientistas encontraram uma infiltração generalizada de células T, que atuam na defesa do organismo. Esse processo provoca uma resposta inflamatória no epitélio e a diminuição no número de neurônios sensoriais olfativos. O estudo coletou amostras do epitélio olfativo por meio de 24 biópsias de pacientes contaminados pelo Sars-CoV-2, nove deles sofriam com o problema de forma persistente após a infecção.

Os cientistas acreditam que as descobertas podem ajudar a elucidar a síndrome da Covid longa como um todo. Nesse entendimento, eles levam em consideração que a fadiga, perda de ar e névoa mental também podem ser consequência dos mesmos mecanismos biológicos inflamatórios.

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