Burnout
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Burnout


Dois sentimentos podem surgir ao final do ano: a empolgação e o cansaço. É o momento em que as pessoas realizam um apanhado de tudo que aconteceu nos últimos 12 meses. Porém, ao mesmo tempo, há a sobrecarga emocional, esgotamento físico e as preparações para a entrada do ano seguinte. Esse acúmulo pode resultar no chamado “ Burnout de fim de ano ”, quando há um aglomerado de sentimentos mal administrados que levam à exaustão.

O médico José Fernandes Vilas, especialista em psiquiatria e neurologia, comenta que a situação pode estar associada à exposição ao estresse por um longo período. O pesquisador em Síndrome do Esgotamento Profissional conta que o problema surge a partir do acúmulo de situações desgastantes.

“Neste cenário o indivíduo segue exausto, sem energia vital, tentando exercer suas funções, porém, sem energia para tal. Ele dispensou tanta energia para exercer seu ofício, mas sem repô-las por se manter ávido em suas funções, que entra em um abismo de ausência de forças para continuar a seguir em frente”, comenta.

Segundo o especialista, o Burnout se manifesta silenciosamente e tem crescimento quase imperceptível, pois a pessoa está a todo vapor realizando tarefas e batendo metas.

"Uns dos primeiros sinais pode ser a alteração no sono, a irritabilidade com os amigos do trabalho, arrumar desculpas para chegar atrasado, começar pedir para sair mais cedo da empresa e dores de cabeça. Com o passar do tempo, a pessoa se torna ríspida, grosseira, impaciente, despenca do destaque na firma para o último lugar, e não se importa mais de não produzir. A pessoa vira outra. Alguém comunicativo se torna um campo minado, pronto para explosões”, completa.

Porém, o médico reforça que é possível prevenir e tratar o Burnout de fim de ano, mas o primeiro passo é reconhecer os próprios limites e saber quando não está os ultrapassando. O Dr. José Fernandes Vilas comenta que o corpo, mais cedo ou mais tarde, irá cobrar. Por isso é tão importante essa análise e não ir além do que a saúde mental permite.



“Tem alguns sinais que mostram quando ultrapassamos nossos limites, por exemplo, quando a rotina está lotada com os horários do trabalho, e não sobra tempo para relaxar, aproveitar a família ou cuidar de si. Ou, quando você vê que o amor pela profissão se esvaiu, e ela se tornou um fardo. Outro alerta está nas alterações de apetite, falta de sono, estresse ao acordar, ou desanimo”, pontua.

O especialista aponta que pessoas que apresentem sinais característicos de Burnout devem procurar ajuda profissional, porque o psiquiatra, neurologista ou psicólogo poderá ajudar a entender o problema e tratar.

"É importante também praticar atividades físicas, melhorar a alimentação, estar em contato com a natureza e descansar. Nunca se esqueça que tirar um tempo para se cuidar é uma das melhores formas de evitar o Burnout em qualquer época do ano”, conclui.

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