Um estudo de Nova York que utiliza o transplante de células-tronco para a cura do vírus HIV tem apresentado a remissão de pacientes, sendo considerado uma "possível cura" para a condição. Até o momento, cinco pessoas tiveram sucesso com o procedimento. O estudo foi publicado na revista de medicina Cell.
A paciente mais recente que recebeu o tratamento foi uma mulher, que não tevee o nome divulgado, que sofria de leucemia além do vírus da HVI. Através da intervenção médica, tanto o tumor quanto o vírus foram tratados por meio do transplante feito com células do sangue do cordão umbilical. Neste caso, o procedimento acabou sendo diferente, uma vez que nas outras tentativas foram usadas células-tronco adultas.
A paciente passou por observações durante 30 meses, período em que não foram detectados no sangue mais sinais do vírus. Com isso, os autores do estudo conseguiram concluir que houve uma "remissão e possível cura”.
Os outros quatro casos de cura aconteceram recentemente. Em fevereiro deste ano, médicos do Hospital Universitário de Dusseldorf, na Alemanha, também anunciaram uma possível cura do vírus em um paciente.
No estudo, o paciente recebeu o transplante de células-tronco de um doador com genética resistente ao vírus. Neste caso, a identidade também foi preservada.
No relatório acerca do "paciente de Dusseldorf", os pesquisadores concluem que "quatro anos após a interrupção do tratamento analítico, a ausência de rebote viral e a ausência de correlatos imunológicos da persistência do antígeno HIV-1 são fortes evidências de cura do HIV-1 após TCTH CCR5Δ32/Δ32".
Já em Berlim, o paciente Timothy Ray Brown foi a primeira pessoa considerada curada do vírus, ao qual vivia desde 2012. Brown morreu em 2020 vítima de um câncer. Além dele, Adam Castillejo também foi curado, sendo ele conhecido como "paciente de Londres".
Em todos os casos, o ponto comum é que eles estavam com leucemia e não haviam tratamentos alternativos, sendo o transplante de células-tronco a única maneira. No caso, o tratamento consiste no esvaziamento da medula óssea para eliminar o câncer e repor com novas células de um determinado doador que tenha a mesma mutação do gene CCR5.
Na paciente de Nova York, uma diferença é notada em comparação com os outros casos. Além de ela ser a primeira mulher a receber o procedimento, ela é identificada miscigenada e recebeu as células de um cordão umbilical onde ocorriam as mutações do gene CCR5.
Ainda que o tratamento tenha mostrado bons resultados, ele é aconselhado apenas em casos excepcionais, em paciente que tenham tumores e que não haja outra possibilidade de tratamento. Os estudos mostram que é um procedimento muito agressivo, com uma taxa de mortalidade de quase 40%.