Com casos registrados em dois estados do país - Espírito Santo e Rio de Janeiro - a gripe aviária tem preocupado autoridades nacionais no decorrer das últimas semanas.
Indentificada inicialmente em três aves no Espírito Santo, o Ministério da Agricultura e Pecuária confirmou, agora, um novo caso no estado e outro no Rio de Janeiro.
“O estado de Espírito Santo contabiliza mais um caso confirmado em ave silvestre, agora da espécie Thalasseus Maximus (nome popular trinta-réis-real). O animal foi encontrado na zona rural do município de Nova Venécia”, afirmou o ministério por meio de um comunicado.
“Já o outro caso, também em ave silvestre, foi detectado no estado do Rio de Janeiro, em São João da Barra em área litorânea. Trata-se de ave da espécie Thalasseus acuflavidus (nome popular Trinta-réis-de-bando)”, continua a pasta.
Apesar da doença ser séria, o ministério afirma que o vírus não tem a a possibilidade de ser transmitido para seres humanos por meio do consumo da carne dos animais ou dos ovos, por exemplo. No entanto, alerta para o contato direto com as aves contaminadas.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) publicou uma nota nesta segunda-feira (22) dizendo que os casos confirmados foram em aves silvestres e não afetam de maneira alguma a produção.
"O Brasil segue reconhecido como livre da enfermidade perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), já que a produção comercial segue sem qualquer registro. A ABPA destaca, ainda, que o registro de novos casos não deve gerar impactos nas exportações brasileiras", afirma.
Entenda a doença
Segundo dados divulgados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, a influenza aviária é uma doença viral e altamente contagiosa. Ela afeta diversas espécies de aves domésticas e silvestres, além de mamíferos como ratos, gatos, cães, cavalos, suínos e seres humanos.
Apesar de, anteriormente, não ter sido detectada no Brasil e ser "exótica", a influenza aviária é uma doença de distribuição mundial, segundo o Código Sanitário para os Animais Terrestres – OMSA.
Por conta dos vírus de influenza tipo A terem uma capacidade alta de mutação e adaptação a novos hospedeiros. A doença no homem é responsável por uma taxa de letalidade alta e, por conta disso, representa um alto risco para a população no mundo.
Veja os princiapais fatores que contribuem para transmissão da doença, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária:
- Aves migratórias/silvestres
- Globalização e comércio internacional
- Mercados/feiras de vendas de aves vivas
No início do ano, a Organização Mundial de Saúde Animal (WOAH) publicou um alerta que mencionava surtos da doença “sem precedentes” entre aves e o risco para os seres humanos.
“Desde outubro de 2021, um número sem precedentes de surtos foi relatado em várias regiões do mundo, atingindo novas áreas geográficas e causando impactos devastadores na saúde e bem-estar animal”, diz o comunicado. "A situação atual destaca o risco de que a gripe aviária H5N1 possa se adaptar melhor aos mamíferos e se espalhar para humanos e outros animais”.