O apresentador Fausto Silva, o Faustão, passou por cirurgia de transplante de coração no início da tarde deste domingo, 27. O procedimento foi realizado com sucesso, segundo o Hospital Albert Einstein, onde Faustão está internado desde o dia 5 de agosto, após apresentar um quadro grave de insuficiência cardíaca.
O Portal IG conversou com especialistas sobre o assunto para saber sobre os riscos a serem observados após uma cirurgia de transplante de coração.
O médico cardiologista e supervisor do Programa de Insuficiência Cardíaca e Transplante Cardíaco do Hcor, Bruno Biselli, informou que um dos principais riscos dessa cirurgia no pós-operatório está na adequação das medicações.
“Os principais riscos após um transplante cardíaco estão na adequação de medicações imunossupressoras para evitar possíveis quadros de rejeição e quadros infecciosos, visto que essas medicações reduzem a imunidade do indivíduo que foi transplantado”, informou o cardiologista.
O cardiologista ressaltou ainda a transparência da lista de espera para o recebimento de um novo órgão, enfatizando os fatores que podem influenciar no tempo de espera e na posição em fila, como:
- Tipo sanguíneo: os pacientes são listados de forma cronológica dentro da compatibilidade do seu tipo sanguíneo.
- Gravidade de doença: a fila de transplante cardíaco considera 3 tipos de priorização conforme a gravidade de pacientes internados. Quanto mais grave, mais no topo da fila de espera o paciente está, respeitando a cronologia de inscrição e tipo sanguíneo.
- Tamanho e idade pré definidos pela equipe médica do doador para cada paciente em fila. Assim, um doador que não preenche esses critérios predefinidos não é ofertado para aquele receptor.
“A fila de transplante cardíaco é única, controlada pela Secretaria Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde, e vale para as redes públicas e privadas. A ordem é cronológica, seguindo a data e hora de inscrição do paciente, portanto extremamente idônea e segura. Ela não pode ser manipulada ou corrompida, independente de poder financeiro ou influências, pois todos os dados sobre a priorização dos pacientes e ofertas de doadores são registrados pela Secretaria de Transplantes, sendo extremamente transparente”, enfatiza Biselli.
O cardiologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo, Fernando Augusto Alves da Costa, explicou que a retomada às atividades normais depende do quadro em que o paciente se encontrava antes da cirurgia.
“É importante lembrar que no caso de um transplante, você coloca um órgão saudável novo em um ambiente adverso. Portanto, o retorno às atividades normais depende dos medicamentos e do monitoramento em torno de um mês, dois meses para ver se não haverá nenhum tipo de agravamento ou rejeição”, explica o especialista.
De acordo com Fernando, após o segundo ou terceiro mês, o paciente já obtém uma flexibilização para começar a readquirir condições para uma vida mais próxima do normal.
A equipe que trata do apresentador Faustão segue em monitoramento para acompanhar a adaptação do órgão e controle de rejeição, e ainda não há previsão de alta.